O artigo a seguir contém opinião do jornalista
A corrupção é uma senhora já conhecida por nós brasileiros, entretanto, não é uma peculiaridade tupiniquim, já escândalos de desvirtuação de pessoas e organizações são conhecidos em todo o mundo.
Desde sempre a corrupção vagueia pelos meandros da sociedade brasileira, atingindo todos os tipos de classes sociais — sem distinção.
Nas organizações, a corrupção tem um papel de grande influência, impactando, desde pequenas obras, às faraônicas construções.
Neste dia 09 de dezembro, celebramos o Dia Internacional Contra a Corrupção, temos que retomar o debate sobre o tema, no entanto, sem as paixões que movem o último pleito eleitoral de 2022. Temas como os cabides de emprego nas repartições públicas apontam um favorecimento, e por conseguinte, uma troca de favores.
Cabides de emprego
A permissão extravagante de contratações de pessoas que estão no serviço público por indicação política, sem prestar concurso, estimula, ainda, os cargos fantasmas.
O governo federal tem cerca de 20.500 funcionários comissionados, mais que o dobro de países desenvolvidos como os Estados Unidos, que tem aproximadamente 9.000 comissionados. A Alemanha, por exemplo, tem cerca de 500 cargos comissionados — quase o mesmo volume da prefeitura de Curitiba, que emprega 458.
Emendas parlamentares e a corrupção no Brasil
As emendas individuais aos orçamentos públicos consolidaram-se como um dos principais instrumentos de troca entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo — a prática é observada em todas as esferas governamentais — federal, estadual e municipal.
Um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil, o Mensalão do PT, concorre diretamente com o Orçamento Secreto, implementado no Governo Bolsonaro.
Nos pequenos municípios, por exemplo, deputados corruptos enviam as emendas para obras e serviços básicos, entretanto, solicitam propinas que orbitam entre 20% e 30% do valor do repasse. O prefeito que se nega, não recebe a verba para atender sua população.
Corrupção na Justiça
O Poder Judiciário pode e deve ser mais presente no cotidiano dos brasileiros, entretanto, sem o estrelismo midiático que vimos na Operação Lava-jato, que disseminou nulidades jurídicas. Nulidades que passaram despercebidas pela grande mídia brasileira, que pouco checou as informações compartilhadas com celeridade.
Responsável pela Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), o juiz Sérgio Moro divulgou ilegalmente áudios entre a então presidente Dilma Rousseff e Lula.
Moro, ainda com um titânico capital moral, aceitou deixar a magistratura para assumir o Ministério da Justiça no governo do recém-eleito Jair Bolsonaro.
Ao aceitar o convite, Moro legitimou as falas dos integrantes e simpáticos ao Partidos dos Trabalhadores (PT), que sempre afirmaram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sido preso sem provas.
Ao se envaidecer com a cobertura midiática, sem apuração, sensacionalista e parcial da grande imprensa nacional, os brasileiros acionaram sua busca por mais um herói. Bonecos gigantes, alcunha de “Super Moro”, e narrativas apaixonadas tomaram conta do sentimento da nação.
O ex-juiz deixou o Ministério da Justiça com um capital moral e político insignificante. Chegou a ser alvo do gabinete do ódio do governo atual.
Sua pequenez foi refletida na sua tentativa de ser candidato a presidente nas eleições de 2022. Não conseguiu. Se candidatou ao Senado, sendo eleito pelo Paraná.
A corrupção no cotidiano das pessoas
Se existe uma cultura que releva atos infracionais menores, a sociedade se torna propícia para a corrupção. É nesse ambiente que saem as pessoas que estão e estarão no poder.
O que você tem feito para combater a corrupção no seu cotidiano?