Em 21 de dezembro de 1951, há 65 anos, entrava no ar pela Rede Tupi de Televisão, a primeira telenovela brasileira, “Sua Vida me Pertence”, protagonizada pelo casal Vida Alves e Walter Forster (1917-1996), autor e diretor da narrativa.
Com apenas 15 capítulos e exibida nas noites de terças e quintas, a trama foi inovadora ao ceder espaço para a encenação do primeiro beijo da TV brasileira, apresentado no última capítulo do folhetim, em 8 de fevereiro de 1952. “Todos, no estúdio, se aproximaram para ver se o beijo era de verdade ou de mentira”, disse Vida Alves à Folha, em reportagem de 20 de setembro de 1975, por ocasião dos 25 anos da implantação da TV no País, em setembro de 1950.
Transmitida ao vivo para alguns milhares de aparelhos de TV existentes na época –pois não havia videotape–, a produção da Tupi tinha como entrecho a paixão entre uma mocinha e um homem 10 anos mais velho. No elenco, além dos protagonistas Vida Alves e Walter Forster (retratados na foto no alto, que foi usada para divulgar a telenovela), participaram ainda os atores Lima Duarte, Lia de Aguiar (1927-2000), Astrogildo Filho (1928-1983) e Dionísio Azevedo (1922-1994), entre outros.
A primeira trama exibida diariamente na TV viria 12 anos depois, em 1963. Era a telenovela “2-5499 Ocupado”, protagonizada pelos atores Glória Menezes e Tarcísio Meira e exibida pela extinta TV Excelsior, no Canal 9.
Até o começo dos anos 60 as telenovelas eram quase todas influenciadas pelas radionovelas, produzidas desde o início dos anos 40 no país. O grande avanço da teledramaturgia, contudo, teve seu marco em 1968, com a moderna “Beto Rockfeller”, também da Tupi.
Na virada daquela década, com “A Cabana do Pai Tomás” (1969), “Irmãos Coragem”, primeira versão (1970) e o “Cafona” (1971), a Rede Globo passa a dominar a teledramaturgia no Brasil, domínio esse que ainda prevalece na emissora de maior audiência do país.