A escola é um dos cenários mais abrangente que podemos usar como personificação de um ambiente que reúna o maior número de diversidades possível, não restrinjo aqui somente a escola básica e sim todo e qualquer centro educacional – do básico a pós-graduação– que existem. É nesse cenário que o trato com “diferente” se torna ríspido e alguns preconceitos são aflorados e precisam ser trabalhados, por exemplo, o racismo, mas qual seria o papel da escola ou qual a contribuição da mesma em relação ao combate e/ou enfrentamento do racismo?
Elenco três atitudes e possibilidades:
Formação de professores; Trabalho em grupo e Discussão de temas “tabus”.
A formação de professores surge como papel principal da escola, os módulos dois encontram-se abarrotados de mesmices e não cumprem seu papel de formação e construção do professor, porque então, não usar esse tempo para discussão e formação dos mesmos? A equipe pedagógica pode usar de reportagens, vídeos, textos e até convidar membros da comunidade, movimento negro, universidade para desenvolverem oficinas temáticas com os professores, oportunizando troca de saberes e novas práticas educativas.
Continuando nessa linha, a discussão de temas “tabus”, aqui, no sentido daquilo que nunca querem trabalhar por achar que a discussão foge do tradicional, utilizo do pensamento de Piter McLaren na perspectiva da superação do currículo, onde o professor assume o papel de pesquisador e se estende a formação completa do aluno, utilizando-se das diversidades da sala, para a formação humana, cidadã e social do sujeito-aluno. Além de se usar-se como fundamento ao trato com a temática do racismo e do preconceito/ discriminação racial a Lei Federal 10.639/03, as diretrizes para implementação da Lei e os PCNs da diversidade cultural e dos temas transversais. Como último tópico e não menos importante, o trabalho em grupo em todos os níveis dentro da escola, o bom desempenho de qualquer trabalho se dá pelo envolvimento de todos em busca de um objetivo comum.
A escola deve envolver os gestores, equipe pedagógica, professores, alunos, pais, assistentes e auxiliares, a discussão do racismo envolve toda a comunidade escolar e seus agregados – a família é o uma das mais importantes extensões da formação do aluno– poderia aqui discutir o papel da escola e da família entre a relação de quem educa e quem ensina, mas essa é uma discussão pra outro momento.
Em linhas finais, o combate ao racismo na escola é sobretudo um ato de resistência, de luta e de resgate de identidade, retomando o cenário da sala de aula, temos presente, crianças que sofrem todo dia com os padrões que a sociedade empoe, o que é ser bonito(a)? O que é ser aceitável? O que é correto e errado? A formação do senso crítico e a construção de preconceitos começa nas series iniciais quando o contato com o outro se reafirma dentro de ações e situações, por isso a importância do debate e formação dentro de todos os níveis. O professor como agente fomentador desse debate e o apoio pedagógico e da comunidade escolar são ferramentas na luta por uma educação ampla, inclusiva e igualitária.
Professor Marcos Petraglia
Bacharel e licenciado em História pela Universidade Federal de Uberlândia Especialista em educação de Jovens e Adultos