Brasília – O prejuízo “mais dramático” do MP do Frete recairá sobre a produção de 2019, afirmou nesta segunda-feira, 9, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, num vídeo divulgado nas redes sociais. “Ninguém sabe quanto vai custar o transporte, impedindo produtores e tradings de atuar no mercado futuro para se proteger contra oscilações de preço”, disse. “Uma menor safra reduz o PIB e gera inflação.”
O plenário da Câmara dos Deputados pode votar a MP esta semana. Depois, a matéria precisa passar pelo plenário do Senado para ser convertida em lei. Se essas etapas não forem superadas até 7 de outubro, a MP perde validade e o tabelamento deixa de vigorar
O vídeo foi dirigido aos parlamentares, com um apelo para que não aprovem a proposta. Entre as consequências negativas do tabelamento, o executivo diz que ele gera inflação. A variação de preços dos alimentos medidos pelo IPC/Fipe e IPCA/IBGE aumentou 3,14% e 2,03%, respectivamente, em junho. E, como a MP diz que a tabela será corrigida semestralmente pela variação do IPCA, estabelece-se um ciclo de retroalimentação de alta de preços.
Para o setor, o frete já subiu entre 30% e 50% e se transformou num “serviço de alto risco”, alertou. “Como os preços serão tabelados e os embarcadores serão punidos caso não cumpram a tabela, contratar frete vira uma atividade sujeita a judicialização.”
A medida também pode voltar-se contra quem pretende proteger: os caminhoneiros, principalmente os autônomos. Muitas empresas vão montar frotas próprias, alertou Nassar.