O número de famílias com dívidas bateu novo recorde neste mês de abril, alcançando 66,6%, o maior índice desde o início da realização da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, em janeiro de 2010.
O resultado representa uma alta de 0,4 ponto percentual em relação ao patamar de 66,2%, registrado em março, e de 3,9% na comparação com abril do ano passado, quando a parcela de famílias endividas ficou em 62,7.
A Confederação Nacional do Comércio, responsável pela pesquisa, acredita que isso esta relacionado com as consequências econômicas da pandemia de coronavírus, já que os dados foram coletados entre os dias 20 de março e 5 de abril.
Os especialistas da CNC consideram ainda que a alta no endividamento reflete as medidas de estímulo ao crédito, uma saída para manter algum poder de compra dos consumidores, com a queda expressiva da renda.
Ainda de acordo com a entidade, a diminuição dos juros e da inflação também têm incentivado esse endividamento. A situação é mais complicada para as famílias de menor renda. Entre aquelas que recebem até 10 salários mínimos, o percentual endividamento cresceu de 67,1% em março para 67,5% em abril.
Já no grupo com renda acima de 10 salários mínimos, o endividamento aumentou mas de 62,1% para 62,3. Ao menos a quantidade de brasileiros com dívidas ou contas em atraso ficou estável em abril, após dois meses consecutivos de alta, com 25,3%.
Além disso, o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso caiu ente mês, para 9,9%. O cartão de crédito continua sendo a principal modalidade de endividamento, apontada por 77,6% das família. Em seguida vem os carnês de loja com 17,5% e o financiamento de veículos com 10,2.
EBC