A fuga de 10 presidiários da Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada deste sábado (17), impressionou os agentes penitenciários que trabalham na unidade.
A reportagem de O TEMPO teve acesso a mensagens de áudio enviadas entre os agentes durante esta manhã. Nas conversas, eles relatam detalhes de como os presos escaparam.
De acordo com a categoria, os detentos estavam no Centro de Observação Criminológica (COC), setor destinado à triagem dos presos, e serraram as grades. A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), no entanto, não confirma como aconteceu a fuga.
“Você não vai acreditar na mensagem que vou te mandar agora. Os caras (presos) saíram do COC, andaram a cadeira toda e fugiram lá atrás na guarita 10. Os caras andaram a cadeira toda! Se eles quisessem virar a cadeia toda, tinham virado”, relata, perplexo, um agente.
“Os presos do COC serraram a cela do fundo. Eles estão agora fazendo a contagem dos que ficaram. Dois já foram recapturados pela PM na mata com a ajuda do helicóptero. Mais fuga na Nelson Hungria, no COC, aquela bomba relógio que está lá”, reclama outro.
Conforme a secretaria, os oito presos que continuam foragidos são os seguintes: Michael Cleber Pereira Dias, de 26 anos, Fábio Barroso da Silva, 40, Emerson Cassimiro Gomes, 29, Elionae José dos Santos, 30, Jhon Marcos Pereira, 28, Maxsuel de Moura Avelino, 26, Bruno Jefferson Vasconcelos, 27, e Francielle Pereira dos Santos, 34.
A direção do presídio instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias da fuga.
Ouça uma das mensagens enviadas pelos agentes:
Oito fugiram em janeiro
Em janeiro, oito presos de alta periculosidade fugiram da Nelson Hungria. Os agentes penitenciários contaram que descobriram a fuga na manhã do dia 27, um sábado, durante uma vistoria realizada antes do horário de visita. Eles encontraram um buraco na parede de uma das celas.
Um dos oito presos que fugiram trata-se do traficante Felipe Souza da Cruz, conhecido pelo apelido “Jiraya”, por usar uma espada para torturar os seus algozes e adquirir drogas diretamente com a organização criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
No início de fevereiro, a PM conseguiu recapturar Bruno Gustavo Gomes da Paixão, de 25 anos, no bairro Jardim das Flores, em Ibirité. Os militares chegaram até Paixão durante um patrulhamento naquela região. Como ele já era conhecido por crimes contra o patrimônio na cidade, ele foi logo abordado. O homem estava preso na Nelson Hungria por roubo.