O sonho de ser médica da estudante Riane David Almeida, 20, terminou na madrugada de segunda-feira (23), quando ela se tornou uma das sete vítimas mortas em um acidente na BR–116, em Governador Valadares, na região do Rio Doce. Ela estava em um ônibus de viagem que seguia de Itaobim, no Vale do Jequitinhonha, para Belo Horizonte. O veículo foi atingido por uma carreta que perdeu o controle depois que o motorista de uma caminhonete, supostamente embriagado, invadiu a contramão.
Doze pessoas ficaram feridas, e cinco delas seguiam internadas no Hospital Municipal de Governador Valadares até segunda-feira à noite. Segundo a Polícia Civil, os mortos foram identificados como Ivanete Rocha Rafael, 78, Márcia Rocha Amaral, 41, Nerilda Ferraz Gomes, 74, José Maria Gomes Fernandes, 62, sua mulher, Ruth Nalva Kopiktte Fernandes, 44, e Riane David de Almeida, 20.
Ainda segundo a polícia, seis pessoas morreram na hora, e um homem de 39 anos faleceu no hospital. Reginaldo Oliveira era o motorista da caminhonete que invadiu a contramão da rodovia em Valadares. Os corpos foram liberados pelo Instituto-Médico Legal (IML). A reportagem de não obteve informação sobre os sepultamentos.
Socorro. Os condutores do ônibus e da carreta não sofreram ferimentos, de acordo com a corporação. Quem se machucou mais gravemente foi socorrido para o Hospital Municipal de Governador Valadares. Já os feridos mais leves foram levados para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do município.
Por meio de nota, o hospital informou que de quatro mulheres internadas na unidade, duas tiveram traumatismo craniano, e o estado de saúde de ambas era considerado gravíssimo. Uma delas não foi identificada. Outra paciente, com estado de saúde estável, deve ser transferida para Belo Horizonte a pedido da família, que mora na capital.
A quarta vítima teve fratura na bacia e vai passar por uma cirurgia, mas seu estado de saúde é estável.
Por fim, a quinta pessoa levada em estado grave para o hospital é um homem que fraturou uma das pernas e a bacia. Ele passou por cirurgia e se encontra estável. Segundo o hospital, os outros sete feridos foram liberados.
Socorro. O acidente ocorreu na altura do KM 400 da BR–116, por volta de meia-noite. O socorro das vítimas durou até quase 2h. O trânsito chegou a ficar interditado até por volta das 3h30.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, houve dificuldade para socorrer as vítimas porque elas ficaram presas às ferragens dos veículos.
Motorista pode ter consumido álcool
Existe a suspeita de que o motorista da caminhonete estaria bêbado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), havia latas de cerveja vazias dentro da caminhonete e testemunhas disseram que ele trafegava na rodovia em ziguezague.
Um laudo ainda deverá confirmar se ele realmente havia bebido.
Na versão do condutor do ônibus, fornecida pela Vale Viagens, empresa à qual o coletivo pertence, a caminhonete estava trafegando à frente do ônibus quando bateu na carreta que estava no sentido contrário.
Segundo o relato do motorista do ônibus, o homem que conduzia a carreta perdeu o controle da direção, tentou desviar, mas a carga de tubos metálicos caiu sobre o ônibus.
A informação é a mesma que foi repassada pelo motorista da carreta para o Corpo de Bombeiros.
“O condutor da carreta disse que a caminhonete invadiu a contramão e que ele tentou desviar, mas acabou batendo”, contou à reportagem de O TEMPO o subtenente Ailton Alves da Silva, da assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros de Governador Valadares.
Saiba mais
Coletivo. O ônibus que se envolveu no acidente pertence à empresa Vale Viagens e foi fretado para fazer a viagem de Itaobim para Belo Horizonte. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, havia 44 passageiros no momento do acidente. A empresa informou que está acompanhando o estado de saúde das vítimas.
Perícia. A Polícia Civil realizou os trabalhos de perícia no local do acidente. Os corpos das seis pessoas que morreram na hora foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Governador Valadares. As causas e as circunstâncias do acidente serão investigadas.
Ilesos. Os passageiros que não tiveram ferimentos seguiram viagem em outro veículo ou retornaram para a cidade de Itaobim.