Onze adolescentes foram identificados como responsáveis por fazer publicações nas redes sociais ameaçando ou instigando massacres em instituições de ensino de Minas Gerais. Os posts foram feitos no Instagram, Twitter e TikTok.
As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos do Ministério Público de Minas Gerais começaram, sobretudo, após um homem entrar em uma creche em Blumenau (SC), no início de abril, e matar quatro crianças.
De acordo com o órgão, desde a ocorrência, postagens com ameaças de novos ataques a escolas, que supostamente aconteceriam no dia 20 de abril, data em que ocorreu o "Massacre de Columbine”, em 1999, foram amplamente publicadas na internet.
O promotor de Justiça Mauro da Fonseca Ellovitch, coordenador do grupo especial do MPMG, explica que, em 62% dos casos apurados, a identificação dos suspeitos aconteceu em menos de 24h, e o restante, em menos de 48h. “Em todos os casos, foi acionado o protocolo de segurança para proteção às escolas em foco, para oitiva dos adolescentes e para colheita de provas no local dos fatos."
Entre os dias 9 e 20 de abril, 98 contas e grupos de redes sociais foram investigados. Dentre os analisados, foram instaurados procedimentos conjuntos em relação a oito casos, nos quais havia instigações ou ameaças consistentes contra escolas ou municípios mineiros.
Apreensões
Na última quinta-feira (20/4), ao menos 12 adolescentes foram alvos de diligências da Polícia Civil de Minas Gerais por suspeita de envolvimento em ameaças de violência contra escolas mineiras. Além disso, uma influenciadora digital foi presa.
Em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, quatro jovens foram conduzidos para prestar esclarecimentos sobre uma explosão dentro de uma instituição de ensino. Eles foram identificados em imagens do circuito interno de TV. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.
Em Belo Horizonte, um adolescente de 13 anos foi apreendido. Uma espada de samurai, um computador e um celular foram recolhidos e serão periciados. Ele foi denunciado pela escola em que estudava depois de afirmar que mataria duas professoras, uma colega e a própria mãe.
No caso, uma avaliação psicológica foi solicitada, já que o aluno faz questão – em ato de “exibicionismo” – de mostrar as habilidades com a espada.
Já em Sabará, na Região Metropolitana de BH, dois jovens, de 14 e 15 anos, foram apreendidos por planejarem explodir a tubulação de gás da cozinha de uma escola.
Uma semana antes, dois celulares e um frasco com álcool foram apreendidos com os adolescentes. Eles foram encaminhados para um centro socioeducativo.
Também na Grande BH, em Contagem, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências de dois jovens de 18 anos e de um adolescente, suspeitos de publicar ameaças de atentados contra escolas da cidade. Na ocasião, foram localizadas anotações que demonstravam a intenção em concretizar os atentados, além de uma réplica de arma de fogo, um celular e diversos desenhos com 'apologia ao nazismo.