Uma advogada de Montes Claros, no Norte de Minas, é investigada pela Polícia Federal (PF) por receber indevidamente o benefício do Bolsa Família. A suspeita é mulher de um assessor parlamentar da deputada federal Raquel Muniz (PSD). Ela recebeu até o momento R$ 2.399 do programa destinado a pessoas de baixa ou extrema pobreza.
O inquérito foi aberto nesta semana na Delegacia Regional da PF na cidade, segundo reportagem da Rede Globo. Segundo consulta ao portal da Transparência da Controladoria Geral da União (CGU) constam pagamentos para Isabela Ramos Rabelo desde 2014. Naquele ano, ela recebeu R$ 1899 em parcelas mensais de R$ 157 em média. Em 2015, ela ganhou repasse por três meses, somando R$ 210. Neste ano, ela encontra-se ativa no programa, tendo recebido R$ 70 mensais até abril, ou seja R$ 280.
Isabela Ramos Rabelo é advogada regularmente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Minas Gerais. Ela é casada com Danilo Costa Antunes, que tem vencimento de R$1537,17 no gabinete da deputada. Nas diligências, há indícios que a família tem recursos muito acima dos limites do Bolsa Família.
“As informações iniciais, de acordo com os sistemas é que ela tem sacado esse benefício efetivamente desde 2014. Fica caracterizada fraude, mediante falsificação de dados, pois recebe vantagem indevidamente”, afirma o delegado Thiago Amorim em entrevista para a Rede Globo.
A reportagem tentou contato com os investigados, mas não conseguiu contato. A deputada Raquel Muniz informou que “não tem nenhuma relação com os fatos e está à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários”.