A memória da imagem da cantora Marília Mendonça foi violada pelo vazamento de imagens da autópsia no Instituto Médico Legal (IML) de Caratinga, Região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Compartilhar documentos exclusivos de um inquérito policial é crime e, em um comunicado, o advogado da família, Robson Cunha, culpou o Estado pela divulgação. De acordo com a equipe da artista, ele tomará medidas cabíveis para punir os responsáveis.
As imagens têm circulado nas redes sociais e, segundo o advogado, de forma “desumana e criminosa”. Ele informou que desde a morte da cantora, 5 de novembro de 2021, após a queda do avião que levava a sertaneja a Piedade de Caratinga, a equipe trabalhou para evitar esta situação e culpou o Estado.
“É inconcebível que documentos exclusivos de um inquérito policial que corre em sigilo e com restrições de acessos tenham sido divulgados de forma irresponsável, desumana e criminosa. Durante todo o tempo, desde o acidente até a liberação dos corpos, trabalhamos incansavelmente para que uma situação grave como essa não ocorresse. O Estado é o responsável pela guarda e proteção das informações e documentos que estão sob a sua tutela. Isso é um fato gravíssimo e tanto o Estado quanto os agentes que divulgaram a imagem devem ser responsabilizados”, disse.
Vale ressaltar ainda que, além dos responsáveis por vazar as imagens, quem compartilha no WhatsApp ou em outras redes sociais também configura crime de Vilipêndio de Cadáver. Conforme o artigo 212 do Código Penal, a pena prevê detenção de 1 a 3 anos, além de multa. O advogado ainda ressaltou que quem compartilhar as imagens de Marília também será responsabilizado judicialmente.
“Informo ainda, que aqueles que divulgam e continuam a repassar esse tipo de conteúdo estão incorrendo também em crime e podem ser responsabilizados judicialmente. Peço que as pessoas se sensibilizem com a dor e sofrimento dessa família e não façam a divulgação desse material”, pediu.
Polícia Civil investiga vazamento
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que “instaurou procedimento administrativo” para apurar o vazamento nesta quinta-feira (13/4) de imagens da autópsia do corpo da cantora Marília Mendonça.
“A Polícia Civil informa que o sistema onde ficam armazenados os documentos investigativos é auditável e que a Superintendência de Informações e Inteligência Policial (SIIP) já está realizando os levantamentos com vistas a identificar todos os acessos ao referido laudo”, diz a assessoria da instituição policial em nota, destacando que “não coaduna com esses acontecimentos e assegura que a ação está sendo apurada para esclarecimentos e responsabilização dos envolvidos”.