O Aeroporto Internacional de Confins começou a testar, nesta sexta-feira (28), o embarque de passageiros com reconhecimento facial, sem apresentação de cartão de embarque ou documento de identificação. A iniciativa, do Ministério da Infraestrutura, promete reduzir filas e aglomerações ao entrar no avião. A experiência já foi testada em aeroportos do Rio de Janeiro, Florianópolis e Salvador e pretende ajudar órgãos de segurança do governo no combate a crimes. Atualmente, a tecnologia está disponível nos Estados Unidos, Japão e Espanha.
“O objetivo é simplificar e trazer mais comodidade ao passageiro. Além disso, temos a questão da segurança, esse processo é mais seguro do que uma conferência manual por algum funcionário dos documentos do passageiro, por exemplo. Evita-se fraudes e dúvidas se aquela pessoa é de fato ela mesma. Estamos falando também em otimização de fluxo e ganhos em termos de logística”, avalia o Superintendente de Relacionamento do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Brenno Sampaio.
Em Belo Horizonte, os testes começaram nesta manhã com 45 passageiros voluntários da Azul. Nesta fase inicial, o passageiro recebe uma mensagem, no celular, solicitando autorização para o registro de uma foto para que a imagem do rosto fique cadastrada no sistema. Com o consentimento, o atendente da companhia aérea realiza a validação biométrica do passageiro, comparando os dados e a foto, tirada na hora, com as bases governamentais.
Qualquer pessoa que já tenha carteira de motorista em formato digital ou cadastro biométrico no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode embarcar desta forma.
Como funciona
Ao chegar no embarque, ao invés de apresentar a passagem área ou documento de identificação a um funcionário, basta apontar o cartão de embarque para um leitor, tirar a máscara por alguns segundos e olhar para o equipamento que fará o reconhecimento facial.
Segundo Sampaio, o processo é seguro tanto do ponto de vista sanitário quanto da segurança dos dados. “A Anvisa foi consultada e do ponto de vista da pandemia se tem mais segurança afastando a máscara por três segundos para o reconhecimento facial do que fazer todo o processo de troca de documentos entre passageiros e funcionários”, explica. “O projeto já nasceu pensando na Lei de Proteção de Dados, a pessoa é consultada se ela aceita o termo de consentimento, mas é importante lembrar que essa foto é utilizada só para a conferência no banco de dados. Nós prezamos pela segurança dos dados do cidadão”, pontua o Superintendente do Serpro.
Para a diretora de Planejamento e Gestão do Ministério da Infraestrutura, Fabiana Todesco, no futuro, o sistema vai ser compartilhado com as empresas aéreas e ajudar órgãos de segurança do governo no combate a crimes. A expectativa é que os testes em todo Brasil durem até o final do ano e o projeto seja implantado nos principais aeroportos do país quando a solução estiver aprovada.
Com o desenvolvimento do projeto, a intenção é que as autoridades de segurança possam utilizar a inteligência artificial na avaliação de risco antecipada dos viajantes. “É um projeto que estamos estudando, vendo a viabilidade dele na prática, mas o objetivo é trazer um ganho de capacidade e diminuir o custo operacional. É uma tendência pós pandemia”, explica Fabiana.
Segundo ela, ainda estão sendo discutidos o custo do projeto e quem financiaria a iniciativa. Uma alternativa seria realizar uma parceria entre governo federal e as empresas aéreas.