UBERLÂNDIA, TRIÂNGULO MINEIRO – Um agente penitenciário que voltava do trabalho, na Penitenciária Pimenta da Veiga, foi morto nesta quarta-feira (17), por volta de 7h20, com pelo menos 15 tiros, próximo à estação de ônibus 13 da avenida João Naves de Ávila, na zona leste de Uberlândia. Luciano Lucas dos Santos tinha 43 anos e trabalhava como agente há 6 anos. Até as 20h15 de hoje, ninguém tinha sido preso e não havia suspeitos do crime.
De acordo com o delegado regional da Polícia Civil, Edson Rogério de Morais, o agente estava parado de carro no semáforo, sentido Centro, quando foi emparelhado por um carro preto, de onde foram feitos diversos disparos com uma pistola automática 9mm. A vítima foi atingida na cabeça e morreu no local.
Ainda segundo o delegado regional, até o momento, não há informações de que a vítima tinha desentendimentos com alguém ou era ameaçado. “Não descartamos nenhuma hipótese e trabalhamos com a suspeita de que o assassinato tenha acontecido em forma de represália ao Estado, por Luciano Lucas dos Santos ser ligado a um órgão de segurança do Estado”, afirmou.
Em nota, a assessoria da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que a vítima era servidor contratado desde outubro de 2010 e não respondeu se ele sofria ameaça dentro do presídio. Testemunhas e outros agentes penitenciários foram à sede da 16ª Delegacia de Homicídios para prestar depoimentos. As imagens de câmeras de vigilância próximas ao local do crime serão analisadas durante a investigação da Polícia Civil.
Sindicato diz que órgãos sabiam do problema
O diretor estadual do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de Minas Gerais (Sindasp-MG), Cássio Valério Dutra, disse que o assassinato de Luciano Lucas do Santos está ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e que todos os agentes de Uberlândia e região vêm recebendo ameaças há cerca de nove meses. “Santos foi um alvo aleatório.
Essas ameaças começaram quando foram instalados os sensores de raios x nas penitenciarias, o que diminuiu a entrada de drogas e celulares nos presídios”, afirmou Dutra. Ainda de acordo com ele, os órgãos de segurança tinham conhecimento das ameaças, mas não tomaram nenhuma atitude.
Na próxima semana, está prevista uma reunião em que deve ser decidida uma data para a realização de uma audiência pública com a presença de representantes de órgãos de segurança do Estado.
Há um ano, um caso semelhante foi registrado em Uberlândia. O agente Edson Ferreira da Silva, de 49 anos, que trabalhava no Presídio Jacy de Assis, foi morto quando saía do trabalho. Os suspeitos foram presos e tinham ligação com o PCC.
Correio de Uberlândia