Moradores de Barretos, distrito de Alvinópolis, na Região Central de Minas Gerais, enfrentam sucessivos problemas com a qualidade da água fornecida em suas casas, que está chegando imprópria para consumo. Há quase dois anos, a água sai suja, amarelada ou até mesmo barrenta nas torneiras.
Segundo relatos, o problema acontece todos os dias, sempre depois do meio-dia. O distrito é abastecido por dois poços artesianos. Quando o bombeamento do sistema para, os próprios moradores têm que acionar uma captação alternativa, vinda de uma nascente que entrega a água suja.
"De manhã tem água limpa das caixas. Acaba a água à tarde. Para não ficarmos na seca, tem que abrir a água suja. É uma luta constante", conta a dona de casa Maria das Graças Pontes, de 46 anos. Moradora de Barretos desde que nasceu, ela aponta descaso por parte da prefeitura. "Eles não estão presentes, não perguntam o que o povo está precisando. Não querem fazer nada pela comunidade", reclama.
Mesmo receosos, os moradores bebem a água, até mesmo sem saber se pode trazer impactos para a saúde, e reclamam de outros prejuízos. "Me deu raiva, estava lavando minha roupa, e sujou tudo. A gente bebe, não tem outro jeito. Quem tem máquina precisa tomar cuidado para não manchar", disse Priscila Aline Cecilio da Silva, de 35. "Eles (prefeitura) falam que vão olhar, e nada", completa.
O problema, na avaliação dos moradores, está na falta de manutenção dos equipamentos e teria começado depois da troca de uma das bombas do poço artesiano. "Não estamos falando nem em construir algo, mas da manutenção do que já está lá. Um dia a população tem água limpa, no outro não. Isso é assunto nos últimos dois anos de ofícios de reclamação. Continua na mesma", aponta o vereador Ivan Silvio das Graças, de Alvinópolis.
Sem apoio da prefeitura, os próprios moradores estão se organizando para tentar viabilizar uma forma de filtrar e tratar a água. "O povo aqui está disposto, mas queremos uma água de qualidade. Estamos cobrando um direito que é da comunidade", reclama Maria das Graças.
A reportagem do Estado de Minas procurou a Prefeitura de Alvinópolis, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para um posicionamento.