O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que não deve haver anistia para os responsáveis por atos antidemocráticos, incluindo a tentativa de atentado a bomba próximo à sede do STF em Brasília na noite de quarta-feira (13). “Um criminoso anistiado é um criminoso impune”, afirmou Moraes, durante o VI Encontro Nacional do Ministério Público no Tribunal do Júri, realizado na manhã desta quinta-feira (14) na capital federal.
Moraes reforçou que a pacificação do país depende da responsabilização dos envolvidos e afirmou que a Polícia Federal está perto de concluir os inquéritos relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. “Não existe possibilidade de pacificação com anistia de criminosos”, completou o ministro.
Deputados bolsonaristas em dilema após atentado
Parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendem um projeto de anistia para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado, incluindo o próprio Bolsonaro. Contudo, após a tentativa de atentado, deputados bolsonaristas discutem nos bastidores que a proposta de anistia pode enfrentar forte resistência.
Bolsonaro pede pacificação em redes sociais
O ex-presidente Bolsonaro publicou nas redes sociais um pedido de pacificação, sugerindo um ambiente onde as divergências possam ser discutidas de forma pacífica, sem o uso de força.
Gabinete do Ódio e a necessidade de regulamentação das redes sociais
Para Moraes, o ambiente de ataques à democracia foi amplificado por uma campanha de ódio, identificada como “gabinete do ódio”, investigado desde 2019 por disseminar discursos contra o STF e outras instituições. O ministro defende a regulamentação das redes sociais para coibir a disseminação de ódio e desinformação, um movimento que já ocorre em países da Europa.
PF aponta extremismo e premeditação no atentado
Segundo a Polícia Federal, Francisco Luiz Wanderley, autor do atentado e que morreu na tentativa, era um extremista de direita. Empresário em Rio do Sul (SC), ele havia se mudado recentemente para a periferia de Brasília e já possuía planos de atacar Moraes.