Após enfrentar uma forte pressão nos preços durante a pandemia e uma aceleração decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia, a inflação de alimentos perdeu força em 2023. É o que aponta a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Em média, os alimentos subiram 1,95% para os consumidores paulistanos, marcando a menor taxa anual em seis anos, consideravelmente abaixo dos 15% registrados em 2022.
Dados da Fipe indicam que, do início de 2019 até o final de 2022, a alimentação ficou 57% mais cara na cidade de São Paulo. Contudo, a tendência de queda nos preços dos principais alimentos reflete a acomodação no mercado internacional, impactando também o mercado interno.
Durante a pandemia, a busca global por estoques alimentares e o encarecimento dos transportes impulsionaram os preços para cima. A invasão da Ucrânia acelerou ainda mais as altas, afetando os mercados de trigo, milho e óleos vegetais, notadamente o óleo de soja, que viu uma queda significativa de 28% nos preços em supermercados brasileiros em 2023, após os consumidores terem pago 164% a mais de 2019 a 2022.
O cenário para 2024 é de pouca pressão nos preços. A produção de soja, principalmente no Brasil, e a possível compensação das perdas brasileiras pela safra argentina indicam estabilidade. Mesmo com a continuidade da guerra na Ucrânia, há expectativas de maior participação dessa nação no mercado externo.
Alguns produtos apresentaram redução de preços em 2023. O trigo, após disparar devido ao conflito russo, teve aumento menor no preço do pão, acumulando 1,61%. Café em pó e carnes também ficaram mais acessíveis, impulsionados por quedas nos preços internacionais e oferta maior internamente.
Por outro lado, arroz e açúcar pressionaram a inflação devido à demanda externa. O mercado de arroz enfrentou desafios com queda de produção e barreiras de exportação impostas por países como a Índia. O açúcar, com restrição de produção em grandes produtores, ficou mais caro no mercado internacional, resultando em um reajuste de 11% para os consumidores paulistanos em 2023, segundo a Fipe.
Explorando Novos Horizontes Comerciais: EUA Buscam Relações com Índia e Brasil na Agricultura
Enquanto os preços dos alimentos se estabilizam, os EUA estão de olho em uma maior aproximação comercial com a Índia. Itens como grão-de-bico, lentilhas, nozes e maçã estão no radar americano, visando explorar um mercado inexplorado com uma economia em ascensão e uma crescente classe média.
O Brasil também está na mira, como indicado pela visita do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado, buscando fortalecer relações comerciais no setor agropecuário. Ambos os países, Índia e Brasil, representam oportunidades estratégicas para os EUA expandirem sua presença no comércio global de alimentos.