Diogo Machado
Seis alunos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com idade entre 20 e 25 anos, foram conduzidos para a delegacia da Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (2), para prestar esclarecimentos sobre invasões no sistema de notas e faltas da universidade. Essas invasões levaram a adulteração das informações de sete alunos. A ação da PF cumpriu seis mandados de busca e seis de condução coercitiva. Um aluno não foi encontrado, porém o advogado dele informou que ele está na Inglaterra. Segundo a Polícia Federal, todos irão responder por formação de quadrilha e invasão de sistema informatizado.
A invasão foi identificada pelo próprio sistema de proteção da universidade há cerca de dois meses. “Assim que fomos acionados pela faculdade, mandamos nossos peritos até lá e verificamos que havia ocorrido mesmo o crime e recolhemos as provas”, afirmou o delegado-chefe da Polícia Federal em Uberlândia, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo. Foram verificadas dezenas de invasões feitas pelo grupo durante os últimos 12 meses.
Segundo o delegado, ao serem identificados os sete alunos que tiveram notas alteradas, a PF pediu os mandados de busca e apreensão. O jovem responsável por fazer as invasões teria descoberto como entrar no sistema no fim do ano passado. “Quando ele viu que deu certo contou aos colegas que lhe pediram para também alterar as deles”, disse D’Ângelo. Este jovem também foi ouvido pela PF e confessou como fazia as invasões e quais adulterações foram feitas. Ele informou ainda que não cobrava nenhum valor pelo crime e que fazia pela “amizade” com os outros seis suspeitos. O delegado confirmou a relação de amizade entre os suspeitos.
Os alunos estão matriculados nos cursos de engenharia elétrica, educação física, direito e ciência da computação. Seis deles estudam em Uberlândia e um em Uberaba. Um dos alunos nunca teria ido às aulas de uma das disciplinas e ainda assim foi aprovado. Outros quatro suspeitos jubilariam este ano caso não se formassem. “Criminalmente eles irão responder por formação de quadrilha e invasão de sistema informatizado. Por serem réus primários, devem ter pena de no máximo 4 anos de prisão”, afirmou Carlos D’Ângelo.
Além da punição criminal, os sete suspeitos responderam no âmbito acadêmico, podendo ser expulsos da universidade. “Caso o rapaz que está no exterior esteja fazendo intercambio, ele perderá a bolsa e deverá retornar imediatamente, talvez até tendo que devolver o valor que já tenha recebido”, afirmou o delegado. Os suspeitos foram ouvidos e liberados, devendo responder em liberdade, mesmo o que está na Inglaterra. A falha detectada no sistema foi corrigida pela universidade e a fragilidade superada. O inquérito, que aguarda a perícia do suspeito de fazer as adulterações, será encaminhado à Justiça até o fim deste mês.
Correio de Uberlândia