Em resposta a uma série de ameaças e ataques orquestrados por grupos de extrema direita e comunidades digitais misóginas, Maria da Penha Maia Fernandes, símbolo nacional e internacional da luta contra a violência doméstica, receberá proteção estatal e verá sua residência transformada em um memorial. A iniciativa visa preservar sua história e fortalecer a conscientização sobre a violência contra a mulher.
Ataques e Fake News
Segundo a coluna de Jamil Chade, do Universa, Maria da Penha tem sido alvo de ataques coordenados por grupos “red pills” e “masculinistas” que disseminam ódio contra mulheres. Estes grupos utilizam fake news para desacreditar e atacar mulheres, incluindo a própria Maria da Penha, tentando reescrever a história das tentativas de feminicídio que ela sofreu nas mãos de seu ex-marido, já condenado pela Justiça.
Medidas de Proteção
Diante desta situação alarmante, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, viajou ao Ceará para se reunir com o governador Elmano de Freitas (PT) e representantes da Secretaria de Mulheres. Decidiu-se pela inclusão de Maria da Penha no programa de proteção a defensoras de direitos humanos, garantindo-lhe segurança particular.
Transformação em Memorial
A casa onde Maria da Penha viveu durante as agressões será transformada em um memorial, um projeto anteriormente inviabilizado por falta de recursos e pela necessidade de venda do imóvel pela família. Atendendo ao pedido da ministra Cida Gonçalves, o governo do estado iniciou o processo de desapropriação da casa, declarando-a de utilidade pública.
Declarações da Ministra e de Maria da Penha
“A sociedade machista e misógina delega às mulheres a tarefa de provar, de inúmeras maneiras, as violências que sofreram, mesmo após os agressores terem sido julgados e condenados”, declarou a ministra ao UOL. Ela destacou a importância de não revitimizar as mulheres e de preservar a memória de Maria da Penha como símbolo de resistência.
Maria da Penha expressou suas emoções e gratidão pela criação do memorial: “Vislumbro com esperança a aproximação de ações promissoras para o fortalecimento da luta das mulheres por um mundo livre de violência. É garantindo o direito à memória e à verdade que poderemos construir um futuro de justiça”, disse ela, enfatizando a importância do apoio coletivo na defesa da Lei Maria da Penha.
Impacto Nacional
Os ataques à lei não afetam apenas Maria da Penha, mas todas as mulheres brasileiras que necessitam dos serviços de proteção estabelecidos pela Lei 11.340/06. Estes serviços são essenciais para que as mulheres possam romper ciclos de violência e encontrar novos significados para suas vidas. A criação do memorial e a proteção oferecida a Maria da Penha representam um marco na luta contínua contra a violência doméstica e um passo crucial para reafirmar o compromisso da sociedade e do Estado com a defesa dos direitos das mulheres.
Este momento marca não apenas uma vitória para Maria da Penha, mas também para todas as mulheres que lutam diariamente contra a violência e pela garantia de seus direitos. O memorial será um lugar de lembrança e aprendizado, inspirando futuras gerações na construção de um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres.