Se 2014 foi injusto na distribuição dos feriados, deixando o segundo semestre do ano com três deles seguidos no domingo, 2015 promete ser mais generoso.
O ano que começa nesta quinta (1°) terá o dobro de feriados nacionais prolongados em relação a 2014.
Serão dez ao todo: Confraternização Universal (1º), Carnaval, Páscoa, Tiradentes, Dia do Trabalho, Corpus Christi, Independência, Nossa Senhora Aparecida, Finados e Natal.
Três dessas datas –7 de setembro, 12 de outubro e 2 de novembro– caíram no domingo em 2014, passando despercebidas pela população. Em 2015, esses feriados caem na segunda-feira, o que ajuda a inflar a conta.
Para o economista Marcel Solineo, da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), o alto número de feriadões deve ter impacto negativo para o comércio, especialmente na capital paulista.
“Acaba afetando as vendas pelo fato de que grande número de pessoas deixam a cidade para outras localidades, seja praia, interior ou mesmo exterior. Com isso, você esvazia de certa forma as vendas do comércio local.”
No caso dos supermercados, o economista vê um efeito pequeno, “porque muitas pessoas, ao viajar, primeiro fazem o seu suprimento de alimentos”.
Solineo lembra que o saldo acaba sendo positivo para as cidades turísticas, que ficam mais movimentadas.
“Mas esses feriados prolongados têm um impacto negativo na economia como um todo, porque também afetam a produção industrial e os serviços”, afirma o economista.
Há, no entanto, quem veja 2015 e sua extensa lista de feriadões com boa expectativa. O presidente da ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens), Antonio Azevedo, afirma que a demanda por viagens em um feriado prolongado costuma aumentar de 8% a 14% comparado a feriados isolados.
“Esses feriados ajudam muito, as pessoas se animam em viajar nem que seja para algum lugar mais perto”, diz Azevedo.
‘EFEITO COPA’
A principal expectativa do comércio e do turismo para o ano de 2015, segundo os entrevistados, é com a possibilidade de um “ano regular”.
Em 2014, o país viveu dois grandes eventos: a Copa do Mundo, em junho, e as eleições, durante o segundo semestre. Ambos contribuíram para que fosse um ano tumultuado, de acordo com o presidente da associação das agências de viagens.
“A Copa pegou o mês de mais alta temporada do turismo, que é julho. No início, tínhamos a previsão de que as pessoas iriam aproveitar a antecipação das férias escolares para viajar. Mas o pessoal não viajou, ficou dentro de casa para ver os jogos”, afirma Azevedo.
Depois da competição, segundo ele, foram as eleições que atrapalharam a recuperação do setor.
As paralisações por causa da Copa também foram citadas pelo economista da ACSP. Mas, no caso do comércio, Solineo avalia que os efeitos negativos foram “neutralizados” no segundo semestre pela sequência de feriados em finais de semana.