UBERLÂNDIA, TRIÂNGULO MINEIRO – Foram ouvidos, nesta segunda-feira (21), na Delegacia Regional da Polícia Civil, a mãe de Sophia Lauren Lopes Silva, a babá que cuidava da criança e o padrasto de Sophia Lauren, Carlos Henrique Gomes Fortunato, 25 de anos, suspeito confesso de ter estuprado e matado a bebê de seis meses.
O crime ocorreu no último dia 12, na casa em que a família morava no bairro Laranjeiras, na zona sul de Uberlândia. Estes foram os últimos depoimentos recolhidos pela delegada Gabriela Damasceno antes de remeter o inquérito a Justiça, ainda nesta segunda.
No depoimento de hoje, o Fortunato relatou todas as etapas do crime. Antes de ter abusado sexualmente da menina, ele confessou ter torturado a bebê, apertando diversas vezes a barriga dela e deixado a água do chuveiro cair sobre seu rosto para asfixiá-la. No depoimento, ele também disse que o motivo que o levou a cometer o crime foi raiva por não ser o seu pai.
O suspeito está preso desde o dia do crime e é mantido isolado no presídio Jacy de Assis. A comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Uberlândia acompanha o caso.
Em seu primeiro depoimento, Fortunato negou que tenha havido penetração, mas confessou que ejaculou na boca da criança. Fotos anexas ao processo mostram a gravidade das lesões causadas no crime. A linha do tempo dos fatos ainda não foi divulgada. Detalhes do caso serão divulgados em uma coletiva de imprensa, nesta terça-feira (22), na Delegacia Regional de Polícia Civil.
Babá disse ter alertado a mãe para não deixar a bebê com o suspeito
A mulher que cuidava da criança também foi ouvida nesta segunda-feira. A identidade dela não foi divulgada, mas ela disse à delegada que, mesmo nunca tendo visto nenhuma atitude suspeita no padrasto da criança, recomendou para a mãe de Sophia que não deixasse a bebê sozinha com o homem.
No dia em que o crime ocorreu, a mãe deixou a bebê com o padrasto para ir trabalhar, porque a babá precisou viajar.
A mãe de Sophia prestou depoimento nesta segunda-feira, mas as informações passadas em depoimento não foram divulgadas.
Para a delegada, os laudos e as provas recolhidas mostram que ocorreram dois crimes pelos quais o Carlos Henrique Gomes Fortunato será indiciado: estupro de vulnerável e homicídio qualificado.
Quando o suspeito chegou na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro São Jorge, no dia do crime, a bebê apresentava afundamento de crânio, além de evidências claras de estupro, sangramento anal e pela boca, evisceração e sinais de esganadura.
Advogada da mãe diz que padrasto tinha boa relação com a criança
A mãe da criança não quis responder as questões da reportagem na delegacia. A advogada que a representa, Danuza Oliveira Nascimento, afirmou que ela ainda está muito abalada com os fatos, fazendo uso de medicação.
A advogada disse também que, apesar do relacionamento amoroso entre o suspeito e a mãe da vítima ser recente, eles já se conheciam há muitos anos. “Eles já haviam tido um caso quando ela tinha 16 anos e ele sempre se apresentou como uma boa pessoa. Ela não esperava que ele seria capaz de tamanho absurdo, pois sempre teve uma relação harmoniosa com a bebê”, disse.
Danusa Nascimento afirmou que espera a condenação do suspeito com pena máxima para os crimes. Ainda segundo a advogada, a mãe desconhecia o fato de que o padrasto tinha passagens pelo sistema prisional por tráfico de drogas. “Ela sabia apenas que ele era usuário de maconha, mas não imaginou que ele pudesse usar ou comercializar drogas mais pesadas”, afirmou.
O crime
Após uma troca de mensagens entre o suspeito e a mãe da criança, indicando que a bebê estaria passando mal, a mãe foi ao socorro da filha. Segundo a PM, a mulher foi para a UPA Sul, mas não os encontrou e foi para casa. Após chegar na residência, a mãe encontrou a criança nua e sem respirar, ela a vestiu e voltou a unidade de saúde, acompanhada pelo suspeito. No local, a equipe médica constatou a morte e o estupro. A equipe médica acionou os militares e o suspeito foi preso.