A corrida aos postos de combustíveis fez com que muitos motoristas deixassem de observar detalhes muito importantes na hora de abastecer. A fisioterapeuta Cássia Moreira abasteceu o seu veículo na manhã dessa quinta-feira (31), no Posto Pio XII, às margens da Via Expressa de Contagem, na região metropolitana. Segundo ela, no momento, o posto só vendia gasolina aditivada, pelo valor de R$ 5,09. Apesar disso, ela acredita que o valor final pago, não correspondia à quantidade de litros abastecidos. “Meu ponteiro no painel estava um pouco abaixo da metade do tanque, e pedi para completar. No total foram abastecidos 35 litros, o que daria um valor final de R$ 178. Mas paguei um total de R$ 202”, conta.
O auditor Saulo Barros, também abasteceu no mesmo posto e relatou um outro problema. “O meu tanque é de 45 litros e meu ponteiro, no painel, marcava metade do tanque antes do abastecimento. Logo após, foram abastecidos 35 litros, com um valor total de R$ 162. O problema é que, mesmo após o abastecimento, o ponteiro do meu carro não acusou tanque cheio, ficou incompleto e o frentista explicou que isso era normal”, disse.
Apesar das reclamações dos dois clientes, um detalhe foi esquecido – o cupom fiscal. De acordo com o gerente do posto Pio XII, Wicsson David, local em que os dois consumidores abasteceram, pedir o documento em todo abastecimento é fundamental. “Com o cupom fiscal, é possível verificarmos se há algum problema na bomba, observando principalmente o valor final e a quantidade de litros abastecida”, explicou.
Outro método que pode ser exigido pelo consumidor é a aferição do combustível, que pode ser pedida no ato do abastecimento. De acordo com o fiscal da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Adriano Sverberi Abreu, alguns postos estão sendo avaliados tanto pela qualidade dos combustíveis quanto pela aferição do volume registrado na bomba e o real transferido aos carros. O parâmetro usado no testes é o estipulado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que baseia as análises na medida de 20 litros. Apesar das denúncias que têm chegado, Abreu afirma que não houve a constatação de problemas em nenhum desses casos.
“Após a retomada das fiscalizações, que aconteceram na ultima quarta-feira, nenhuma irregularidade nem de qualidade nem que quantidade foi identificada. Não houve flagrante de nenhum equívoco”, relata Abreu. Ele ressalta que as fiscalizações têm se mantido de maneira ininterrupta. “Nós estamos trabalhando no feriado e seguimos, inclusive, aos sábados e domingos. A ideia é continuar com as análises”, completa.
A repotagem de O Tempo fez o teste de aferição no Posto Pio XII e o resultado ficou dentro dos padrões estabelecidos pelo Inmetro.