Diante dos constantes ataques a ônibus em Belo Horizonte, Polícia Militar (PM) e a Guarda Municipal (GM) vão aumentar a quantidade de viaturas acompanhando os ônibus não apenas onde houver crime, mas nas linhas que atendem regiões onde houver qualquer suspeita ou ameaça de novos incêndios. Essa é uma das estratégias adotadas pelos governos municipal e estadual e as empresas de transporte coletivo da capital, que é identificar os riscos e a extensão dos riscos com mais rapidez, antes que o crime aconteça.
“Identificada a ameça, nós vamos sentar e olhar o que é melhor para aquela região. O que a gente quer é minimizar essa necessidade de parar com o funcionamento das linhas. Se a gente identificou que em uma determinada comunidade há risco de haver um ataque, ali vamos fazer uma ação que pode ser de comboiar os ônibus, dando segurança aos veículos para rodar, ou outra ação, que não é rodar. Vai depender do tamanho da ameaça, o que é detectado pelas forças de segurança”, informou o diretor-presidente da BHTrans, Célio Bouzada.
Outro passo importante, segundo ele, é o sistema de informação. Segundo Bouzada, a população pode ajudar denunciando. “A PM está agilizando o sistema de denúncia 181 para receber denúncia. Se a pessoa perceber alguém portando um galão de gasolina, em atitude suspeita, deve avisar a PM. Pode até ser um cidadão comum abastecendo o seu veículo, mas pode ser alguém também querendo incendiar um ônibus. Então, a PM faz a abordagem e toma as atitudes do que acontecer”, completou Bouzada, esclarecendo que comboio de ônibus não significa coletivos circulando juntos, mas com viatura de alguma das forças de segurança para garantir o deslocamento.
INTERRUPÇÃO
Na quarta-feira, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra), Joel Jorge Pasqualini, informou que qualquer nova queima de ônibus causada por criminosos em Belo Horizonte durante a noite e madrugada vai resultar na interrupção imediata do serviço de transporte coletivo na região onde o fato acontecer. A declaração dele foi em entrevista coletiva à imprensa, com a presença do prefeito Alexandre Kalil (PHS) e do governador Fernando Pimentel (PT). “Queimou, vai parar”, afirmou Pasqualini. Segundo o presidente do sindicato, a decisão vai caber aos donos das frotas de ônibus.