A Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais) rescindiu o contrato de consultoria com o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) devido a sua prisão nesta quarta (23).
Desde 2015, o ex-governador, que é engenheiro, prestava consultoria para a área internacional da Fiemg com um salário de R$ 25 mil por mês. Em nota, a federação informou que em razão da decisão da Justiça o contrato foi rescindido.
De qualquer forma, mesmo sem a prisão, o contrato com Azeredo poderia ser encerrado neste mês, quando uma nova gestão assume a entidade. Nesta quinta (24), uma cerimônia marca a transmissão do mandato do presidente Olavo Machado Júnior para o seu sucessor eleito Flávio Roscoe.
Azeredo foi condenado a 20 anos e um mês de prisão por peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro no esquema conhecido como mensalão tucano. Após perder todos os recursos na segunda instância da Justiça, sua prisão foi determinada na terça (22).
Ele se entregou à Polícia Civil na tarde de quarta e, por determinação da Justiça, cumpre pena em um batalhão do Corpo de Bombeiros em Belo Horizonte, a cerca de um quilômetro de onde morava, em uma zona nobre da capital.
Segundo a decisão, Azeredo deve ficar preso sozinho no batalhão em virtude do cargo de ex-governador e também devido à falta de condições das penitenciárias mineiras.
A defesa de Azeredo informou que não teve contato com ele nesta quinta. Os advogados esperam a publicação do acórdão do Tribunal de Justiça de Minas, que determinou a prisão, para recorrer a tribunais superiores e pedir a suspensão da decisão.
Azeredo está preso em uma sala sem grades de 27 metros quadrados, com cama, mesa de apoio e banheiro com chuveiro elétrico. Ele tem acompanhamento de agentes penitenciários e está desobrigado de usar o uniforme do sistema carcerário.
Assim como os demais pesos do estado de Minas Gerais, ele terá quatro refeições diárias: café da manhã, almoço, café da tarde e jantar.
O mensalão tucano é considerado o embrião do esquema de mesmo nome relacionado ao PT e, segundo o Ministério Público, aconteceu durante a fracassada campanha de reeleição de Azeredo ao governo mineiro em 1998.
Em 2007, a Procuradoria-Geral da República denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) 15 pessoas por um esquema de desvio de R$ 3,5 milhões em recursos estatais e empréstimos fictícios que abasteceu a campanha de Azeredo, que era senador à época.