O senador José Serra (PSDB-SP) chegou, por volta das 21h deste domingo (21), ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, para um encontro com Michel Temer (PMDB).
O tucano tem sido apontado como um possível ocupante de cargos no ministério de Temer, caso ele assuma a Presidência com o afastamento de Dilma Rousseff –a votação no Senado que pode tirá-la do cargo por até 180 dias está prevista para o mês que vem.
Serra está no grupo do PSDB que defende o apoio ao eventual governo Temer com o partido assumindo cargos. Outro grupo do partido, liderado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quer apoiar o governo sem assumir cargos.
Neste sábado (23), o senador tucano publicou nas redes sociais mensagem dizendo que o partido “deve participar do governo”, se for apoiá-lo “e for convidado”.
“Seria bizarro o PSDB ajudar a fazer o impeachment de Dilma e depois, por questiúnculas e cálculos mesquinhos, lavar as mãos e fugir a suas responsabilidades com o país”, escreveu em sua conta no Facebook.
Amigo pessoal de Temer, Serra já foi cotado para assumir pastas de peso em um eventual governo do vice –entre elas, Fazenda, Planejamento e Educação.
Alckmin, por sua vez, lidera uma ala no PSDB que deve exigir o licenciamento de tucanos que venham a integrar uma gestão Temer.
O presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), ainda não se manifestou sobre o assunto. O PSDB só deve definir a questão em reunião no próximo dia 3. Serra, Alckmin e Aécio ambicionam a candidatura do partido na eleição presidencial de 2018.
Temer passou o fim de semana dando continuidade à série de encontros que tem realizado com políticos e economistas que o aconselham na montagem de seu eventual governo.
Mais cedo neste domingo, ele recebeu, por mais de seis horas, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf.
O empresário disse que o vice se mostrou contrário ao aumento de impostos, mas evitou firmar compromissos até que ocorra a votação do impeachment no Senado.
Segundo Skaf, Temer “ouviu atentamente” as propostas da Fiesp, que incluem a realização de um ajuste fiscal sem que haja aumento de impostos -o que, para ele, esfriaria ainda mais a economia.
No sábado (23), o vice esteve com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o ex-ministro do governo Dilma Gilberto Kassab, presidente do PSD.
Como Meirelles é filiado à sigla, Kassab foi chamado para acompanhar as conversas. O senador Romero Jucá (RR), presidente do PMDB, também esteve presente