A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou, nesta segunda-feira (17/7), que a área do antigo Aeroporto Carlos Prates será transformada em um novo bairro. Ainda sem nome oficial, o local contará com um grande parque, que garante a ligação dos bairros vizinhos e acesso a serviços públicos de saúde, educação e cultura.
O espaço será dividido entre parque, nova UPA, estacionamento, academia, Centro Esportivo, horta, Museu da Aviação, Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF), pista de skate, playground, restaurante popular, comércios e 4.500 novos imóveis com uso misto, ou seja, residencial e comercial.
Desses imóveis, a proposta é dividi-los entre 2.200 moradias para famílias com renda de até R$ 3.300; 1.350 unidades de livre comercialização (que podem ter uso residencial ou comercial) e 950 unidades para famílias com renda de até R$ 6.600. Segundo Pedro Maciel, subsecretário de Planejamento Urbano da Prefeitura de BH, o croqui ainda é inicial e pode sofrer alterações de acordo com o andamento dos estudos de impacto específicos para cada equipamento.
O espaço, que tem mais de 500 mil metros quadrados, será metade de áreas verdes e metade com construções. Segundo a PBH, essa proposta atende às necessidades da cidade e a previsão é que a ocupação aconteça gradualmente. O financiamento de todas as mudanças será feito por recursos próprios da prefeitura, programas do governo federal e, ainda, parcerias com a iniciativa privada. Essa última por meio de licitações que ainda serão detalhadas.
Proposta de uso do aeroporto levou em conta série de critérios
Para elaborar a proposta, técnicos da prefeitura realizaram um diagnóstico que incluiu análise da área de entorno, malha urbana, zoneamento, densidade demográfica, usos da região (predominantemente residencial), tempo de acesso a pé para escolas, centro de saúde, comércio e equipamentos culturais.
O estudo apontou que o entorno imediato da área apresenta baixa densidade demográfica (0 a 72 habitantes por hectare), principalmente na porção Sul e Leste. Além disso, a região ainda tem um elevado coeficiente de aproveitamento (usado para medir o quanto de área pode ser construída), favorecendo a produção habitacional com elevada densidade, ou seja, prédios com mais pessoas.
Para colocar tudo em prática, a prefeitura depende da transferência do território, que continua sob tutela do Governo Federal. Em 2 de junho, uma equipe de peritos da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e da PBH fizeram uma visita técnica no terreno para analisar as estruturas do aeródromo e adaptá-lo para a desativação definitiva. Em seguida, a proposta de utilização foi entregue à União.
As mesmas equipes voltarão ao local na segunda quinzena de agosto para uma nova vistoria e garantir que a área cumpriu todos os requisitos de desocupação. O prazo para a retirada de mobiliário e esvaziamento total do aeroporto é 31 de julho.