Delitos com participação feminina aumentaram 48%. Enquanto no passado elas praticavam crimes de gênero como aborto, infanticídio, abandono de recém-nascido e homicídios passionais, agora as mulheres lideram organizações criminosas.
Alguns dados apontam que elas têm assumido o comando de organizações criminosas após a prisão ou assassinato de seus parceiros, dando assim continuidade aos crimes cometidos e iniciados por eles, assumindo então, uma nova identidade social: “dona ou gerente” das práticas delituosas. A mulher empresária do crime é uma realidade. Existe uma inserção gradativa na criminalidade.
Nos últimos sete anos a população carcerária feminina aumentou e existem hoje no Brasil 38 mil mulheres presas. Muitas se envolveram com o crime para acobertar as investidas de seus maridos ou companheiros. Outras, se envolveram amorosamente com rapazes usuários ou traficantes de drogas. Há aquelas que são usadas pelos parceiros e acabam na prisão. Essa é uma triste realidade. Deus criou a mulher para ser uma auxiliadora idônea do homem e não para a maldade.
Um caso da vovó do tráfico, que ocorreu em Goiânia, despertou pesquisadores a tentarem entender o que se passa no universo feminino, cada vez mais adepto à demonstração de força e violência.
Parece um paradoxo ante o nascedouro recente do feminicídio e o princípio da igualdade, bem como a aplicação fremente da Lei Maria da Penha em relação ao homem violento, no que tange ao aumento da criminalidade envolvendo o sexo feminino. Difícil entender como se criam normas para combater a crueldade imposta às mulheres e estas se arvorarem mais no mundo criminógeno.
É triste ver que a mulher quer competir de igual para igual com o homem até no crime. Há muito tempo elas deixaram de ser o sexo frágil. Por um lado, o crescimento da mulher na sociedade tem pontos positivos, mas por outro, também aumentou a participação delas em crimes, o que não é nada bom. A proporção da criminalidade feminina aumenta, à medida que aumenta a participação da mulher na vida social, política e econômica do país em que vive.
A pesquisadora Elizabeth Misciasci, autora do artigo “Aumento da criminalidade feminina”, acredita que o tráfico é o crime mais “viável de (a mulher) se fazer infiltrada”. Para ela, além de não requerer experiências, este tipo de delito se oferece como promessa de ganhos rápidos. “A mulher se vê apenas diante das ‘vantajosas ofertas’, que não são encontradas facilmente em outras modalidades de crime.
Assim, resolvem se sujeitar a sorte, passando a traficar.” Muitas estão diretamente envolvidas com o tráfico de outras mulheres para países longínquos para fins escusos. Há muitas musas que, por influência da beleza, entram para a criminalidade. Aproveitam-se de uma sedução para benefício próprio de maneira criminosa.
O certo é que a mulher entra para o mundo do crime cada vez mais. Hoje há uma mudança no perfil das encarceradas. Infelizmente essa é uma triste realidade. Daí advém o questionamento: mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas joias.
Jesseir Coelho de Alcântara é Juiz de Direito e professor