Pela primeira vez desde a chegada da pandemia do coronavírus em março do ano passado, o comércio está aberto em Belo Horizonte para as vendas da segunda melhor data de faturamento no setor – em 2020, estabelecimentos não essenciais ficaram com as portas fechadas para conter o avanço da Covid-19. E às vésperas do Dia das Mães, a movimentação foi grande nesta sexta-feira (7) em todo o hipercentro da capital mineira.
Com as ruas cheias, os lojistas esperam um incremento nas vendas e começarem a amenizar os prejuízos sofridos por conta do último fechamento. Na rua dos Carijós, a desempregada Ludmila Oliveira da Silva, 20, procurava uma lembrancinha para a mãe. “Estou procurando algo com preço mais em conta, porque está complicado a situação. É mais um presente para não deixar passar a data em branco”, contou. Ela, que vive com a mãe de 41 anos, vai fazer um almoço simples para comemorar a data. “Espero que seja o último ano de pandemia. Queria encontrar com a minha avó, mas não dá”, revelou.
Já a gari Lélia Batista, 38, comprou uma sandália para presentear e disse que as ruas estavam cheias. “Já encontrei e tive que pesquisar muito o preço. Vou dar pessoalmente para a minha mãe, tomando todas as medidas e só com a família mais próxima para não aglomerar”, disse. A assistente financeira Josiane Maciel, 35, também vai fazer o mesmo que Lélia e aproveitou a ida ao Centro para comprar o presente de aniversário da irmã. “Como a situação não está fácil, tem que ver algo que cabe no orçamento. E tem muitas coisas em conta”, relatou.
Sócia-proprietária de uma loja de roupas de cama e de bebês na região, Zena Versiani, 45, confirmou a maior movimentação nas ruas e está na expectativa para boas vendas. “As compras ainda não deram aquela reação que estamos esperando, mas só de estar aberto renasce a esperança e vamos vender. Os lojistas estão seguindo todos os protocolos para que não feche novamente”, enfatizou. Na Galeria do Ouvidor, a expectativa é que mais clientes procurem as lojas entre o início da noite desta sexta e o sábado (8).
A caixa Eliane Borgonha, 46, aproveitou para escolher um presente especial para a mãe e pesquisar muito os preços. “Também fiz compra para mim, comprei um perfume e cabelo para fazer meu mega hair. Está com preço bom”. E uma pesquisa divulgada nesta semana pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte mostrou que sete em cada dez belo-horizontinos pretendem presentear as mães neste ano. A expectativa é de uma média de gastos de R$ 104,52.
Savassi tem movimento menor
O entorno da Praça da Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, teve um movimento menor durante a manhã desta sexta. Mas teve quem aproveitou a tranquilidade para escolher a dedo um produto. É o caso da estagiária Fernanda Torres, 25. “Comprei uma roupa para a minha mãe. Aqui é uma maravilha, tem de tudo e muita promoção. Vale a pena comprar”, acrescentou.
A vendedora Priscila Andrade, 20, lembrou que muitas pessoas ainda estão com receio de sair de casa e isso afetou o movimento na região. Apesar disso, a loja de roupas que trabalha na rua Fernandes Tourinho aposta nos descontos e também nas redes sociais para atrair os clientes na data especial. “As pessoas estão olhando muito o preço e escolhem itens entre R$ 59 e R$ 99, um valor bem mais em conta quando comparado aos anos anteriores. Acreditamos que amanhã terá mais gente, porque o pessoal deixa tudo para a última hora”, frisou.
Shoppings começam a registrar maior público
No Boulevard Shopping, região Leste da capital, os corredores já começavam a registrar maior fluxo de pessoas ao longo desta sexta. A gerente de uma loja de sapatos e bolsas Amanda Fonseca, 34, está otimista para o Dia das Mães. “Estamos em um cenário muito triste e as pessoas estão querendo presentear as mães para levar um pouco de alegria. Acho que amanhã o shopping vai bombar, porque acabou de dar o quinto dia útil, teve o pagamento dos salários e as pessoas vão comprar”, garantiu.
Entre as vitrines, o caixa de restaurante Maycon Poliano, 27, procurava uma caixa de chocolates para presentear a sogra. “O shopping está bem cheio, mas já esperava que ia ser assim mesmo. Só que por precaução, estamos pensando em só mandar o presente para ela, que tem 52 anos e ainda não foi vacinada”, disse. Já a professora Inaiara Ribeiro, 49, aproveitou a ida ao local para também se presentear. “Comprei roupas para mim, minha sogra e minha mãe. Achei tudo certinho, com álcool em todos os lugares”, relatou.
A gerente de marketing do espaço, Nadinne Matos, disse que os comerciantes estão animados. “Nessa reabertura, o shopping conseguiu reabrir com seis novas lojas. Essa flexibilização com a ampliação do horário de funcionamento da praça de alimentação é muito positiva e ajuda muito os lojistas”, resumiu.
Gerente de uma loja de roupas que abriu neste ano, Cida Dias também disse que o público tem aproveitado para levar mais de um produto. “As pessoas estão comprando e, como começamos a funcionar depois que teve essa última reabertura, estamos bastante empolgados para essa data, que é uma das mais importantes do ano para o comércio”, declarou.