Os suspeitos de roubar a joalheria Manoel Bernardes, no BH Shopping, no bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em maio de 2022, teriam envolvimento em crimes parecidos em outras cidades brasileiras. Apesar da confirmação da participação em outros assaltos, as nove pessoas ainda não foram identificadas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
De acordo com o delegado Gustavo Barletta, do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio da PCMG (Depatri), a corporação identificou que os suspeitos atuam em uma associação criminosa especializada no tipo de assalto feito na capital mineira. Por isso, a suspeita de outros crimes recaíram sobre eles.
“Ao tomarmos conhecimento do fato, deslocamos até o local e tivemos acesso ao circuito interno de TV. Diante disso, realizamos junto ao poder judiciário de Minas Gerais alguns pedidos de medidas cautelares, em que podemos perceber que os criminosos que atuaram em Belo Horizonte são pertencentes a uma organização criminosa especializada nesse tipo de crime, recaindo sobre eles a suspeita de terem envolvimento em outros fatos em outras cidades do Brasil”, explicou o delegado.
Apesar disso, até esta sexta-feira (5/5), dois dias antes do aniversário de um ano do crime, a corporação não informou se algum envolvido já foi identificado, ou preso.
Sem resposta
Em setembro de 2022, a reportagem do Estado de Minas questionou o Depatri como estavam as investigações do caso. Na época, a pasta afirmou que as apurações estavam em “fase avançada” e que, desde o registro da ocorrência, a corporação já havia coletado depoimentos de vítimas e testemunhas, além de analisar as imagens do circuito interno de segurança do shopping e da joalheria.
“Equipes de policiais trabalham em campo desde o dia da ação criminosa para compilar mais indícios, com mais detalhes, para robustecer o caderno de provas […] as demais etapas da investigação serão repassadas, em momento oportuno, para não comprometer o andamento do feito”, afirmou.
O assalto
Conforme a major Layla Brunella, porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, enquanto quatro integrantes da suposta quadrilha roubaram a loja, outros três esperaram no estacionamento do shopping com dois veículos. Para garantir a fuga, eles renderam um segurança do shopping, que foi levado como refém.
Ainda no estacionamento, os suspeitos efetuaram dois disparos de arma de fogo contra um segundo segurança, que estaria na perseguição, mas ele não foi atingido.
O refém e os veículos – um Hyundai Creta e um Hyundai HB20, ambos fruto de roubo (com placas clonadas) – foram abandonados em uma rua próxima ao shopping, onde houve tentativa de incendiá-los para eliminar provas.
A quadrilha foi resgatada por outros dois indivíduos em novos veículos, sendo que um deles seria um Chevrolet Onix vermelho.
No shopping, a Polícia Militar impediu que clientes e funcionários saíssem, para que o estabelecimento fosse vasculhado. A Polícia Militar ainda montou cercos para tentar capturar a quadrilha nas divisas do Estado.