O inquérito sobre o assassinato do empresário mineiro Samuel Eberth Melo, de 41 anos, cujo corpo foi encontrado no Rio Grande do Sul, já está na justiça gaúcha. A informação é da delegada Marcela Ehler, titular da Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo, que conduziu as investigações.
Segundo a policial civil, dois homens foram indiciados. Um deles por homicídio qualificado (artigo 121, parágrafo 2, incisos I, IV, V), ocultação de cadáver e porte ilegal de arma. O segundo, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Sobre os 44 veículos enviados pelo mineiro para seu sócio gaúcho, as investigações seguem sob sigilo. O que a polícia tenta descobrir é se os receptadores desses veículos fazem parte de uma quadrilha que estaria agindo no Rio Grande do Sul. “Por isso, o sigilo acerca das investigações”.
O crime
Samuel estava desaparecido desde o dia 2 de junho, quando chegou ao Rio Grande do Sul, para cobrar uma dívida de envio de 44 veículos a um parceiro comercial gaúcho. No mesmo dia, teve um encontro com o homem, o que é confirmado por imagens.
O mineiro, segundo a delegada, chegou àquele estado no dia 1º, hospedando-se num hotel, em Novo Hamburgo. Sua reserva era até o domingo, dia 4 de junho.
Na sexta-feira, 2 de junho, fez o último contato com familiares, por volta de 13h30. Depois disso, não mais se teve notícias dele, o que fez com que a família acionasse a polícia gaúcha, que descobriu que Samuel teria viajado para o litoral norte do estado.
“Ele veio ao Rio Grande do Sul para tentar receber o pagamento de uma remessa de 44 veículos. Essa foi a segunda remessa. A primeira, tinha 25 veículos, ele recebeu o dinheiro devido. Mas, nessa segunda, não houve o repasse financeiro combinado”, disse, à época, a delegada. E este teria sido o motivo da viagem. Samuel esperava conseguir receber o dinheiro.
A partir da queixa, feita pela família do empresário, a polícia procurou pelo parceiro comercial de Samuel. “Ele prestou depoimento, mas suas declarações não eram consistentes. Passamos então a suspeitar desse homem”, disse a delegada Marcela.
E esse depoimento foi determinante, segundo ela, para fazer o rastreamento do sinal telefônico da vítima. Esse levantamento apontou os últimos lugares aos quais Samuel teria estado, isso, em Santo Antônio da Patrulha.
A polícia obteve informações de que um homem teria sido levado para uma casa abandonada. A delegada Marcela determinou, então, que todas as residências que estivessem abandonadas ou vazias, fossem vasculhadas.
Foi assim que a Polícia Civil gaúcha encontrou, numa delas, uma das últimas, um óculos que seriam de Samuel. Nessa mesma casa, foram encontrados restos de lona de caminhão, o que fez com fosse levantada a suspeita de que o mineiro já estaria morto e tenha sido enrolado para ser enterrado.
A isso aliou-se a descoberta de que o parceiro comercial de Samuel teria comprado duas pás e uma enxada, numa loja de material de construção.
Com a ajuda de cães farejadores, a partir dos óculos, os animais encontraram o local onde o corpo estaria enterrado. "É um local de difícil acesso, muito pedregoso, que deve ter exigido muito dos assassinos", diz a delegada.
Assim, o corpo foi encontrado no terreno pedregoso. Parentes de Samuel fizeram o reconhecimento do cadáver, que foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), do Rio Grande do Sul.