Na manhã desta quinta-feira (8), Marcelo Câmara, assessor direto do presidente Jair Bolsonaro, foi detido pela Polícia Federal sob a acusação de liderar uma operação de monitoramento do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com a finalidade de efetuar sua prisão e tentar um golpe de Estado, conforme informado pelas autoridades policiais.
De acordo com informações fornecidas pela PF, Câmara supostamente chefiava um núcleo de inteligência não oficial vinculado ao presidente da República, responsável por coletar informações sensíveis e estratégicas para embasar as decisões de Bolsonaro.
No pedido de prisão emitido pela Polícia Federal, são destacados os indícios que apontam para a participação de Câmara na orquestração desse plano que visava a detenção do Ministro Alexandre de Moraes, um dos membros mais proeminentes do STF. A operação teria como intuito central minar a estabilidade institucional do país.
Um dos elementos que sustentam as alegações da PF é uma conversa registrada entre Cid e Marcelo Câmara em 15 de dezembro de 2022, na qual o assessor discute detalhes sobre o monitoramento da localização de Alexandre de Moraes. Os trechos da conversa indicam que Câmara estava envolvido diretamente na coordenação dessa empreitada.
O desdobramento desse caso lança luz sobre a complexidade das relações entre o Executivo e o Judiciário no Brasil, bem como levanta questões pertinentes sobre os limites do exercício do poder e a separação de poderes. As instituições democráticas do país enfrentam um momento de tensão, no qual investigações como essa evidenciam desafios significativos à manutenção do Estado de Direito e à proteção das instituições democráticas.
É importante ressaltar que, até o momento, as acusações contra Marcelo Câmara são baseadas em investigações em curso e que ele terá o direito de se defender perante a justiça. O desfecho desse caso terá implicações profundas no cenário político nacional e na trajetória futura das relações entre os poderes constituídos.