A Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) divulgou, no começo da tarde desta quinta-feira, uma nota de apoio ao jornalista Léo Gomide, da Rádio Inconfidência, após discussão com o técnico do Atlético, Oswaldo de Oliveira, em entrevista coletiva depois do empate contra o xará acreano (1 a 1), nessa quarta, pela Copa do Brasil. A entidade também repudiou a decisão do clube alvinegro em proibir a entrada do jornalista na Cidade do Galo.
O posicionamento da AMCE foi divulgado por meio de seu presidente, Luiz Carlos Gomes, que afirmou que Léo Gomide foi “vítima de agressão verbal” por parte de Oswaldo de Oliveira. Nesta quinta, no desembarque da delegação do Atlético no Aeroporto de Confins, o diretor de futebol do alvinegro, Alexandre Gallo, comunicou que o repórter está proibido de acessar a Cidade do Galo ‘até segunda ordem’. A entidade de jornalistas afirmou que a ação é “uma clara tentativa de cercear o trabalho jornalístico”.
A AMCE colocou seu departamento jurídico à disposição de Léo Gomide e espera “que o triste episódio não venha manchar o bom relacionamento e o respeito que a imprensa esportiva de Minas Gerais sempre mantiveram com o Clube Atlético Mineiro”.
Rádio Inconfidência se posiciona contra proibição e garante apurar o caso
Pouco antes de a AMCE divulgar nota oficial, a Rádio Inconfidência se posicionou sobre o caso ocorrido em Rio Branco-AC. Por meio do coordenador de esportes José Augusto Toscano, o veículo lamentou o episódio e se baseou por meio das imagens de TV, que estavam ao vivo no momento da discussão, para sair em defesa de Léo Gomide. Apesar disso, a rádio irá apurar o caso nesta tarde.
“Conversaremos à tarde para que nós, da Inconfidência, como procedimento padrão, ouvimos a todas as partes. Ouvimos o Oswaldo, ouvimos o Atlético e vamos ouvir o Léo Gomide”, afirmou Toscano em comunicado veiculado pela própria rádio.
A Inconfidência também repudiou o fato de a diretoria do Atlético ter proibido Léo Gomide de acessar as dependências da Cidade do Galo. José Augusto Toscano classificou a decisão dos dirigentes como ‘precipitada’ e deixou no ar a possibilidade do veículo não enviar jornalistas ao CT alvinegro.
“Em nome da diretoria da Rádio Inconfidência, repudiamos e não concordamos com nenhuma atitude de cerceamento a qualquer profissional, seja ele da Inconfidência ou de qualquer veículo de comunicação. Uma má conversa é sempre melhor que uma boa briga. O Alexandre Gallo, dada a declaração dele, que a Rádio Inconfidência não está proibida de entrar no CT do Galo, nos solidarizamos com o nosso funcionário, por quem temos todo o respeito profissional e pessoal, como temos todo o respeito profissional e pessoal pelo Oswaldo de Oliveira. A postura do Atlético, de seus dirigentes, é precipitada, na minha concepção. Repudiamos essa atitude”, concluiu Toscano.
Confira a nota da Associação de Cronistas
A AMCE- ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE CRONISTAS ESPORTIVOS vem a público conceder seu apoio incondicional ao seu associado Leonardo Gomides Freitas (Léo Gomide) repórter da Rádio Inconfidência vítima de agressão verbal proferida pelo técnico Osvaldo Oliveira durante entrevista coletiva realizada após a partida do Clube Atlético Mineiro e o Atlético do Acre.
O repórter Léo Gomide dentro da liberdade de imprensa fez o seu trabalho profissional com perguntas ao referido treinador que não gostou do questionamento.
O fato aconteceu na presença de vários outros jornalistas que estavam cobrindo o evento e está sendo divulgado por toda mídia.
Para piorar ainda mais a lamentável situação, recebemos a informação que no desembarque da delegação do Clube Atlético Mineiro, o diretor de futebol do clube, Senhor Alexandre Gallo declarou que o repórter Léo Gomide está proibido de entrar nas dependências do clube para realizar seu trabalho profissional.
Tais atitudes, além de demonstrar falta de controle emocional por parte de dirigentes de um dos maiores clubes do Brasil, demonstra também clara tentativa de cercear o trabalho jornalístico.
Mais uma vez expressamos nosso veemente repúdio e indignação pelos fatos ocorridos e nos colocamos a inteira disposição do companheiro Léo Gomide por intermédio do nosso departamento jurídico para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e resolvidos.
Esperamos que o triste episódio não venha manchar o bom relacionamento e o respeito que a imprensa esportiva de Minas Gerais sempre manteve com o Clube Atlético Mineiro.
Reiteramos nossa solidariedade ao companheiro Léo Gomide e defendemos sempre a total liberdade de expressão e a independência de opinião dos profissionais da imprensa esportiva de Minas Gerais credenciados oficialmente por esta entidade.
Cordialmente,
Luiz Carlos Gomes
Presidente da AMCE
Belo Horizonte, 08 de fevereiro de 2018
Leia, na íntegra, o pronunciamento da Rádio Inconfidência pelo seu coordenador de esportes, José Augusto Toscano
O mundo do futebol foi surpreendido ontem durante a coletiva do treinador do Atlético, Oswaldo de Oliveira, após o empate do Atlético com o Atlético-AC, que acabou os classificando para a segunda fase da Copa do Brasil. Durante a coletiva, o sempre cordato, educado e gentil Oswaldo de Oliveira, em um gesto surpreendente, partiu para cima, literalmente, de um repórter. Este repórter, nosso companheiro Léo Gomide. Como isso foi ao vivo, as emissoras de TV que lá também estavam acompanharam isso. O que se viu até o momento é absolutamente normal. Léo Gomide, um profissional respeitado, com uma carreira consolidada, não só aqui em Minas Gerais, já está aqui na rádio há três anos, em que, atuando como jornalista, fez a pergunta. O Oswaldo não gostou e começou a induzir que o Léo sempre fazia essas picuinhas e o Léo, para não fazer o confronto, posto que o Oswaldo quis, inclusive, “ensinar” ele a fazer perguntas, e aqui abro um parêntese – nós não ensinamos o Oswaldo de Oliveira e nenhum outro treinador a escalar o time -. Aí o Léo agradece e se retira, e o Oswaldo parte para cima dizendo que o Léo havia falado um palavrão. Por que eu digo ‘dizendo’? Porque o áudio, em nenhum momento, mostra, ou apresenta Léo Gomide falando palavrão. Se ele falou, o áudio não captou. E o que é pior: as pessoas se afastaram, haviam outros colegas de empresas de comunicação fazendo a entrevista, além do diretor de comunicação do Atlético, Domênico Bhering. E alguém faz a seguinte declaração: “Ele é babaca mesmo”. Não sei quem foi e estou ouvindo o áudio diversas vezes, a pessoa para apagar o incêndio, e colocou mais gasolina. É importante ressaltar que o Léo desembarcou há pouco em Belo Horizonte. Então, em respeito ao companheiro que atravessou a noite viajando fiz um contato com ele e foi para casa descansar. Conversaremos à tarde para que nós, da Inconfidência, como procedimento padrão, ouvirmos a todas as partes. Ouvimos o Oswaldo, ouvimos o Atlético e ouviríamos o Léo Gomide. Agora há pouco, o Alexandre Gallo, diretor de futebol do Atlético, vetou o ingresso do repórter Léo Gomide nas dependências do CT do Galo. A alegação foi de que era para evitar problema. Conheço o Léo Gomide e posso afirmar categoricamente, sem o menor receio, que ele é um cidadão de bem e de boa educação. E no exercício da profissão dele, no jornalismo, que é acima de tudo perguntar, ele nunca faltou com o respeito com o ser humano. Contei essa história toda por que? Em nome da diretoria da Rádio Inconfidência, repudiamos e não concordamos com nenhuma atitude de cerceamento a qualquer profissional, seja ele da Inconfidência ou de qualquer veículo de comunicação. Uma má conversa é sempre melhor que uma boa briga. O Alexandre Gallo, dada a declaração dele, que a Rádio Inconfidência não está proibida de entrar no CT do Galo, nos solidarizamos com o nosso funcionário, por quem temos todo o respeito profissional e pessoal, como temos todo o respeito profissional e pessoal pelo Oswaldo de Oliveira. A postura do Atlético, de seus dirigentes, é precipitada, na minha concepção. Repudiamos essa atitude.
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