Em 3ª nas pesquisas, tucano apontou incoerências da candidata do PSB e buscou colar presidente à crise econômica
Candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves assumiu um postura agressiva no debate presidencial realizado pela TV Band, na noite da última terça-feira (26).Em terceiro lugar na pesquisa Ibope, divulgada poucas horas antes, o tucano procurou se mostrar com alternativa mais segura entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), isso ficou evidente em sua última fala.
“É hora de caminharmos para uma decisão. Não fica claro para mim em qual rumo Marina e Dilma querem levar o País. Neste momento, as propostas ficam muito parecidas, para que a saúde melhore e o emprego volte a crescer, é fundamental que tenhamos uma política econômica diferente desta que está aí”, disse o tucano, fechando sua participação no debate.
Mesmo tendo Dilma como alvo preferencial, o candidato do PSDB tentou desconstruir a imagem de representante da “nova política” da ex-senadora. Aécio questionou o fato de Marina se negar a subir no palanque do governador paulista Geraldo Alckmin, parceiro do PSB em São Paulo, ao mesmo tempo em que aponta o também tucano José Serra como figura que seria chamada a conversar num eventual governo dela.
“A candidata tem falado muito sobre a nova política, disse que não subiria a determinados palanques. Será que não deveria ter uma boa dose de coerência?”, provocou Aécio. Marina não vestiu a carapuça e ainda aproveitou para apontar o esgotamento da polarização do PSDB e PT.
Mas Dilma foi mesmo quem recebeu mais ataques do ex-governador de Minas Gerais. Aécio foi inclusive irônico ao comentar horário eleitoral com padrões cinematográficos da presidente e candidata à reeleição.
“Temos que confrontar o Brasil virtual e o Brasil real. O sonho do trabalhador brasileiro é morar na propaganda do PT”, alfinetou o tucano, acrescentando que a inflação tem corroído o poder de compra da população e gerado desemprego.
Apontado como um ponto de desgaste na imagem de gerente de Dilma, a crise gerencial na Petrobras também foi usada por Aécio para atacar a presidente. O tucano disse no debate que a estatal tem frequentado mais as página policiais do que os cadernos de economia. Como era de se esperar, a petista negou e ainda lembrou que a empresa aumentou o seu valor de mercado desde que o PT assumiu o Governo Federal no lugar do PSDB.
Mostrando postura diferente dos últimos candidatos à Presidência do PSDB, Aécio não procurou se desvencilhar do impopular governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Quando Dilma citou a ligação dele com FHC, o ex-governador defendeu o ex-presidente, dizendo que ele preparou o Brasil para os avanços econômicos dos últimos anos.
Aécio deixou para o final do debate para anunciar que o economista Armínio Fraga será o seu ministro da Fazenda, caso ele seja eleito presidente. Fraga foi presidente do Banco Central durante o governo FHC, entre 1999 e 2002.