Nesta quarta-feira (26 de junho de 2024), a Câmara Municipal de Capinópolis sediou uma audiência pública para discutir a revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) e do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS). O evento contou com a presença de representantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e dos poderes Legislativo e Executivo.
A última audiência sobre o plano havia sido realizada em julho de 2013. O plano original foi lançado em 2014 e está sendo revisado para se adequar às novas demandas e desafios da cidade.
A audiência foi marcada pela participação da professora Camila Junqueira e do mestrando Gustavo Marco, ambos da UFU. Eles trouxeram para o debate temas cruciais e sugestões para a melhoria do saneamento básico em Capinópolis. Apesar da divulgação feita pela internet, rádio e pelas ruas, a participação popular foi pequena.
Principais Pontos Debatidos
Metas e Conquistas
O plano de 2014 estabeleceu 99 metas, algumas das quais já foram alcançadas. Entre os exemplos de sucesso estão a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) e a Cooperativa de Reciclagem do Pontal (Cooptal), que recebe apoio financeiro da Prefeitura Municipal.
Foi frisada a relevância de políticas educativas para reforçar a coleta seletiva.
Situação do Lixão
Durante a apresentação, foi mencionada a situação do aterro controlado da cidade, classificado como ‘lixão’ por não atender às exigências técnicas. A professora Camila Junqueira sugeriu a desativação do lixão no novo plano. Quando questionada pelo jornalista Paulo Braga sobre alternativas, ela respondeu: “A construção de um aterro é cara; o ideal seria a contratação de uma empresa terceirizada que captasse o material e fizesse o descarte”. Além disso, os riscos à saúde dos catadores que trabalham no lixão foram ressaltados.
Coleta de resíduos na zona rural
Foi discutida a necessidade de estabelecer um sistema de coleta de resíduos na zona rural, que atualmente não existe. A prefeitura distribui caçambas em alguns locais, e uma empresa terceirizada faz a coleta posteriormente.
Podas de árvores e resíduos de construção
Atualmente, resíduos de podas de árvores e materiais de construção são destinados ao lixão. A dupla da UFU destacou que empresas terceirizadas não devem utilizar o lixão para atividades com fins lucrativos e sugeriram que essas empresas tenham seus próprios locais para descarte. Também foi proposta a compostagem dos resíduos das podas de árvores.
Captação de Água
O estudo apresentado mostrou que a cidade capta 50 litros de água por segundo do Córrego do Capim, além de captar da área conhecida como “Parreiras” e de um poço artesiano de baixa vasão perfurado pela Copasa. Gustavo Marco alertou sobre a perda de 17 litros de água por segundo: “um grande desperdício de água em uma cidade com problemas de captação”.
Limpeza pública
A falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os colaboradores do setor de limpeza pública foi um ponto crítico destacado durante a audiência.
A secretária de Meio Ambiente, Cátia Barbosa, destacou que — “É essencial mantermos uma cidade sustentável. Acabar com o lixão das cidades é uma meta nacional. Porém é um desafio para cidades pequenas como a nossa. A participação de um Consórcio como o CIDES, é uma alternativa inteligente para auxiliar esses pequenos municípios, tendo em vista que possuem várias ações e profissionais especializados para essa ajuda. Agora o próximo passo é criar uma Educação Ambiental, não somente nas escolas mas em toda comunidade.”, destacou a secretária.
O prefeito Cleidimar Zanotto não participou do encontro, mas falou com a reportagem do Tudo Em Dia. O prefeito enfatizou a importância da revisão do Plano de Saneamento Básico para o desenvolvimento sustentável da cidade. “Este plano é fundamental para garantir a qualidade de vida da nossa população e a preservação do meio ambiente. É um compromisso da nossa gestão buscar soluções eficientes e sustentáveis para os desafios que enfrentamos”, afirmou Zanotto.
O evento, que teve o apoio do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável — CIDES—, concluiu com a reafirmação da importância de um debate contínuo e da participação ativa da população para a construção de um futuro melhor para Capinópolis.
