O brasileiro sempre foi visto como um povo empreendedor em potencial. Porém, em 2020, a taxa de empreendedorismo total no Brasil atingiu o menor patamar nos últimos oito anos, caindo para 31,6%. Uma redução de 18,33% quando comparada com a taxa de 2019. Esses números foram compartilhados pelo Sebrae.
Os índices também revelam o aumento no número de empreendedores por necessidade, ou seja, brasileiros que perderam renda devido ao desemprego, ou por outras razões, e encontraram no empreendedorismo uma maneira de movimentar a economia. Dados que colocam o Brasil como 7º país do mundo em número de empreendedorismo inicial, composto por novos empresários que realizaram alguma ação visando ter um negócio ou uma empresa com, no máximo, três meses de operação.
Maria Brasil, empreendedora e presidente da Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje), comenta que, embora o momento seja de incertezas, também é possível considerá-lo um período de oportunidades. E mesmo a abertura de negócios por necessidade pode se tornar um caminho de sucesso, com as ferramentas e diretrizes certas. “Reinventar-se é uma característica do brasileiro e essa qualidade será fundamental neste momento de retomada da economia”, avalia.
Em 20 anos de atuação, a Conaje propôs e desenvolveu inúmeros projetos e programas com o intuito principal de fomentar o empreendedorismo no país de diferentes maneiras, possibilitando a qualificação técnica e uma série de experiências voltadas para o desenvolvimento de jovens líderes, a fim de gerar novas oportunidades no mercado.
É o caso do Feirão do Imposto, realizado anualmente e que tem como intuito promover a discussão da carga tributária embutida nos produtos comercializados. Assim como o Brasil Mais Empreendedor, criado para capacitar jovens e adultos, de 18 a 39 anos, em situação de vulnerabilidade social.
“A atuação da Conaje está alicerçada na missão de fortalecer o ecossistema empreendedor no Brasil, mas também de provocar discussões e um olhar crítico acerca de temas diversos”, diz Maria. Segundo ela, o intuito é trabalhar o empreendedorismo como uma oportunidade de gerar renda e independência financeira e social. “Entre as ações da Confederação, estão o Congresso Nacional de Jovens Empreendedores, que possibilita o networking e a troca de experiências, a Semana Global de Empreendedorismo e o Concurso Nacional de Startups. Todos contribuem para promover o desenvolvimento de um país com grande capacidade de realizações.”
Para dar voz aos empreendedores e orientá-los, a Conaje está presente em 21 estados, por meio das federações e associações locais. Já são mais de 36 mil pessoas associadas aos movimentos locais. A entidade também se faz presente em discussões relevantes no exterior, por meio da Aliança de Jovens Empreendedores do G20, Federação Ibero-Americana de Jovens Empresários (FIJE), Bloco Mercosul e Países Lusófonos.
“No Brasil, atuamos como membro efetivo do Conselho Deliberativo da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), nos Conselhos Temáticos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no Fórum Permanente Micro Pequenas Empresas e na Semana Global de Empreendedorismo”, destaca Luciano Navarro, diretor de comunicação da Conaje.