Alemanha e Reino Unido anunciaram nesta terça-feira (14) mais de 150 milhões de euros (aproximadamente R$ 574 milhões) em ajuda para a luta contra o desmatamento da Amazônia, principalmente para projetos no Brasil, em um ato à margem da Conferência da ONU sobre o Clima (COP23).
A Alemanha desembolsará 60,9 milhões de euros (aproximadamente R$ 233 milhões) em ajudas aos estados do Mato Grosso e do Acre, dentro de um programa conhecido como “ajudas condicionadas”, em função dos resultados da luta contra o desmatamento, explicou Florian Pronold, vice-ministro do Meio Ambiente alemão.
Outros 33,9 milhões de euros irão para o programa Fundo Amazonas, implementado em 2008 e principal instrumento de ajuda externa para a preservação dos mais de 5 milhões de km² de floresta amazônica brasileira.
“Queremos reconhecer essa vontade política” do governo brasileiro para a proteção da floresta amazônica, disse Pronold.
O Fundo Amazonas é alimentado pelos governos de Alemanha, Noruega e Reino Unido.
O governo britânico entregará 62 milhões de libras esterlinas (aproximadamente R$ 266 milhões), com o mesmo esquema de ajuda condicionada a resultados.
Desse valor, 43 milhões de libras irão Mato Grosso e Acre, e 19 milhões restantes para programas no Brasil, na Colômbia e Peru, detalhou Kate Hughes, vice-diretora no Departamento de Energia e Mudança Climática.
Os anúncios de novas ajudas financeiras aconteceram em um ato do Fundo Amazonas com a participação, pela primeira vez conjuntamente, do governo brasileiro, dos doadores, de governadores, representantes indígenas e de ONGs.
O ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, lembrou que as últimos dados de desmatamento indicam uma queda de 16% no período de julho de 2016 a agosto de 2017, após dois anos de crescimento.
As ajudas ao Brasil acontecem em meio à polêmica do governo, que anunciou um corte de 43% do orçamento do ministério do Meio Ambiente e teve que voltar atrás.
Sarney Filho garantiu citando novos dados recém coletados pelo ministério, que nas áreas de proteção federal na região amazônica, a diminuição do desmatamento foi ainda maior, de 28%, entre julho de 2016 e agosto de 2017.