Betim atingiu uma triste marca nesta semana ao ultrapassar a marca de mil vidas perdidas para a Covid-19 na última terça-feira (11). O número total chegou a 1.021 mortes na cidade até a última quinta-feira (13), segundo dados epidemiológicos da Secretaria Municipal de Saúde.
Desde o primeiro óbito no município, confirmado no dia 29 de abril de 2020, passaram-se 371 dias. Isso quer dizer que a Covid-19 matou, em média, três betinenses por dia desde então.
A cada óbito, famílias foram dilaceradas pela doença. Se no ano passado, a pandemia matava predominantemente idosos com comorbidade, hoje, com as novas variantes, o coronavírus não tem escolhido idade, gênero e doenças pré-existentes.
Prova disso foi a morte da dona de casa Andressa Santos, de apenas 47 anos, que faleceu no dia 5 de maio após ficar cinco dias internada no Cecovid 4.
Segundo a filha dela, a cabeleireira Yasmin Campos Santos, 28, a mãe, que quase não ficava doente, estava se tratando em casa da Covid-19 há quase 15 dias quando piorou e precisou ser internada.
“Ela internou no dia 30. No dia 31, fizeram uma chamada de vídeo, e eu acreditei que ela ia sair dessa. Mas no dia 5, veio a notícia que ela faleceu. O Dia das Mães foi o pior dia da minha vida. O que eu tenho a dizer para as pessoas é que, se elas tiverem oportunidade, se vacinem, adotem todas medidas de prevenção. Eu mesma não acreditava tanto nessa doença até que ela levou a pessoa que eu mais amava na vida”, afirmou Yasmin.
Dentre os mais de mil óbitos, 627 mortes aconteceram nesse ano (61% do total), entre elas a de dois políticos tradicionais do município, os ex-deputados estaduais Ivair Nogueira e Pinduca, que faleceram no dia 31 de março e 11 de abril, respectivamente.
Ações reduzem índice
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Augusto Viana, as projeções iniciais indicavam que o número de óbitos na cidade seria quatro vezes maior. Isso não se confirmou graças as ações que foram realizadas pelo município desde o início da pandemia, como a criação do primeiro Hospital de Campanha do Estado, do Cecovid 4, que está com 130 leitos de UTI ativos para pacientes graves da doença, a desinfecção das ruas e de espaços públicos e a restrição das atividades econômicas em momentos graves, além de outras medidas de biossegurança.
“Temos a consciência que a prefeitura fez, está fazendo e vai fazer o necessário para restabelecer um cotidiano mais próximo do que vivíamos antes da chegada do vírus”, afirmou Viana.
O secretário adjunto de Assistência à Saúde Hilton Soares, destacou que a chegada das variantes tornou a doença ainda mais agressiva. “Com essas variantes, a população jovem passou a ser mais acometida, ficando ainda mais tempo hospitalizada devido à gravidade da doença. O que vai controlar essa pandemia é a vacinação e que as pessoas, mesmo imunizadas, continuem mantendo as medidas de biossegurança. Só com isso e a maioria da população vacinada, podemos pensar em um controle maior da doença”, destacou