Empresas de aviação do
Aeroporto Carlos Prates, em
Belo Horizonte, programaram uma manifestação para a tarde desta quarta-feira (29/3) em defesa da manutenção do espaço. O ato consiste em tentar pousar 40 aviões na Pampulha, mostrando que a quantidade de aeronaves não será comportada em outros aeroportos da capital e Região Metropolitana.
Segundo Estevan Velasquez, da associação Voa Prates, a manifestação é para sensibilizar as pessoas e mostrar, na prática, que não é possível transferir as atividades do Prates para outro aeroporto. "Ao longo desse tempo todo, estamos falando sobre a dificuldade de encontrar uma infraestrutura como a do Carlos Prates em toda a Região Metropolitana de BH".
"Num raio de 100 Km, hoje, não existe local que receba o que tem hoje no aeroporto. Estamos tentando sensibilizar as pessoas quanto a isso, porque entendemos que elas ainda não conseguiram compreender o que estamos falando, principalmente, visualmente", diz.
A ação será feita ao longo da tarde e cerca de 40 aviões tentarão pousar na Pampulha. "Assim como fizemos em 2021, de forma muito ordenada, vamos levar a quantidade de aeronaves que for necessária para a Pampulha, até que o pátio se esgote. Estamos programando de 30 a 40 aeronaves para decolar e tentar pousar lá. Vamos gravar mostrando que ficou impraticável para qualquer um pousar na Pampulha e, dessa forma, revelar que várias aeronaves ficaram sem ter para onde ir", explica.
Além disso, as outras aeronaves que não conseguirem autorização de pouso, ficaram expostas no Carlos Prates. "Elas vão ficar estacionadas do lado de fora dos hangares, porque quando estão dentro, ninguém enxerga, então nós vamos tirá-las, de forma que não atrapalhe o movimento, mas para que todo mundo possa ver a quantidade que é a aviação que ainda fica no aeroporto", finaliza.
Até as 15h30, apenas 15 dos 40 aviões conseguiram pousar, devido à falta de espaço no Aeroporto da Pampulha.
Problemas
De acordo com Cláudio Jorge da Silva, proprietário da Claro Aviação, o desmonte do hangar ainda não começou, porque depende da autorização de alguns órgãos. “Nós ainda não conseguimos iniciar a desmobilização, pois precisamos da autorização da ANAC, para começar a operar no novo local, além de autorização da receita estadual, já que todo o meu estoque está aqui e não posso transferi-lo sem a permissão. E ainda estamos com aeronaves no meio das manutenções, é impossível conseguir terminar neste prazo. Nossa expectativa é que o governo reveja as atitudes e se preocupe com o todo, porque a saída abrupta só vai prejudicar o mercado, as pessoas e estrutura”.
Ele também destaca que a desmontagem de um avião para ser transferido de caminhão é prejudicial para a estrutura e que os donos das aeronaves estão processando a empresa. “Estamos passando por uma fase pós pandemia, que as fábricas não possuem peças, então tem algumas aqui que nós estamos esperando de seis a oito meses para a entrega. Não temos expectativa de terminar essas manutenções agora e a desmontagem de uma aeronave via terrestre para um novo local é prejudicial para a estrutura, porque ela estraga muito".
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"É possível pegar uma aeronave acidentada e trazer para oficina, mas pegar uma que chegou na oficina voando, desmontar ele levar para outro local, não. Ela vai se desgastar e isso virou um problema para nós, pois já iniciaram-se as ações judiciais e começamos a responder por esses tipo de ação, porque os proprietários não querem que as aeronaves saiam daqui de caminhão", finaliza.
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