Um agente da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte foi afastado temporariamente das atividades nas ruas após ser acusado de abordar de forma violenta uma mulher em frente ao centro de saúde Nossa Senhora de Fátima, no aglomerado da Serra, na região Centro-Sul da capital, nessa quarta-feira (31/5).
Conforme as imagens que flagraram a ação, o agente afastado derruba a mulher no chão e mantém o joelho apoiado sobre ela após a vítima não oferecer mais resistência. Nesse momento, uma das pessoas no local diz: “Algema, não faz isso, não”. A mulher teve uma convulsão, em decorrência de um quadro de epilepsia, e começou a se debater enquanto ainda era mantida imobilizada.
Ao comunicar que o guarda foi retirado das funções operacionais, a assessoria da Prefeitura de Belo Horizonte disse que “a medida será mantida até a conclusão da sindicância, que foi instaurada pela Corregedoria da Guarda Municipal imediatamente após o episódio”. O Executivo, porém, não comentou sobre o outro profissional que também aparece nas imagens realizando a abordagem.
A reportagem apurou que os agentes foram chamados pela própria equipe de saúde, que supostamente teria sido hostilizada pela mulher dentro do posto. Ela estaria na unidade aguardando atendimento “desde cedo”.
Segundo a assessoria do Executivo, a paciente aguardava para ser vacinada e havia sido agressiva com os servidores. Por outro lado, a prefeitura frisou que a abordagem não reflete o “padrão de atuação da Guarda Municipal” e “lamenta o episódio”.
Abordagem flagrada em vídeo
O vídeo que flagra a ação da Guarda Municipal foi publicado primeiro na página Favela da Serra, no Instagram. Na sessão de comentários, alguns usuários alegam ter visto o que aconteceu. “Eu estava no posto, e ela estava descontrolada, xingando os funcionários”, comentou uma mulher. Outro rapaz afirma que viu ela “cuspindo na cara do guarda”.
Apesar da conduta da paciente, o modo como a situação foi conduzida pelas autoridades foi alvo de críticas. “Por que não algemaram ao invés de fazer isso? Esse pessoal tá muito despreparado”, avaliou uma usuária da rede social. “Não é pra isso que a população paga impostos. Ser agredido por quem deveria proteger. (…). Despreparo, desrespeito e falta de empatia”, escreveu outro.