Minas Gerais receberá pela primeira vez a abertura nacional do Sonora Brasil. O lançamento da 20ª edição será em Belo Horizonte, no dia 24 de maio, às 20h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1046, Centro). O projeto, realizado pelo Departamento Nacional do Sesc, tem o objetivo de divulgar grupos tradicionais que trabalham com músicas não comerciais e valorizar a cultura regional. Na ocasião haverá apresentações dos grupos Samba de Pareia da Mussuca (SE) e Quinteto de Metais da UFBA (BA).
A entrada é gratuita e os ingressos poderão ser retirados aqui ou com uma hora de antecedência da apresentação, na bilheteria do Sesc Palladium, conforme disponibilidade de convites. O espaço, sujeito a lotação, terá plateia reduzida a 400 lugares.
Paralelamente, a capital mineira ainda receberá, entre os dias 22 e 27 de maio, o XV Encontro Nacional da Programação e Planejamento da Modalidade de Música do Sesc. Neste período a cidade receberá aproximadamente 40 profissionais da área de diversas regiões do país. O objetivo é traçar as diretrizes do segmento nos próximos anos nas políticas culturais da instituição.
Criado em 1998, o Sonora Brasil tem no seu DNA o trabalho de formação de novos ouvintes musicais. Consagrado como o maior projeto de circulação musical do país, a cada biênio aborda dois novos temas. Para 2017/2018, serão apresentados: Na pisada dos cocos e Bandas de Música: formações e repertórios, desenvolvidos com a participação de quatro grupos cada um.
A seleção dos artistas e a definição das temáticas é feita por uma curadoria nacional, formada por profissionais do Sesc de todo o país. Até o fim de 2017, o projeto promoverá 420 concertos de música regional brasileira, em 108 cidades, incluindo municípios fora dos grandes centros urbanos.
Este ano, o tema Na pisada dos cocos circulará pelos estados do Norte e Nordeste com os grupos Coco de Zambê (RN), Samba de Pareia da Mussuca (SE), Coco do Iguape (CE) e Coco de Tebei (PE). Os artistas apresentarão as variantes da musicalidade típica da região Nordeste (litoral e interior), nascida em aldeias indígenas e comunidades quilombolas, com canto, dança e música, acompanhados por instrumentos de percussão, como bumbo, ganzá, pandeiro, caixa.
O tema Bandas de Música: formações e repertórios seguirá pelos estados das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Quatro formações distintas foram selecionadas: três representando os grupos tradicionais de ruas e praças, e um representando o segmento da música de concerto, com repertório inspirado na sonoridade das bandas. São eles: Corporação Musical Cemadipe (GO), ABandinha (AM), Sociedade Musical União Josefense (SC) e Quinteto de Metais da UFBA (BA). Em 2018, os grupos invertem os roteiros e Estados nas apresentações, de forma que todos circulem pelas cinco regiões do país.
Além de Belo Horizonte, estão previstas apresentações do Sonora Brasil, no segundo semestre deste ano, em Juiz de Fora, Uberaba e Montes Claros. Desde a sua criação, o projeto já realizou 5.319 apresentações de 80 grupos, alcançando cerca de 520 mil espectadores em todo o país.
‘SONORA BRASIL’
O Sonora Brasil é um projeto do Sesc que possibilita ao público o contato com a diversidade da música brasileira e contribui para o conjunto de ações desenvolvidas pela instituição, visando à formação de plateia.
A proposta é despertar um olhar crítico sobre a produção e sobre os mecanismos de difusão de música no país. Todas as apresentações são essencialmente acústicas, valorizando as especificidades das obras e de seus intérpretes.
O TEMA – ‘BANDAS: FORMAÇÕES E REPERTÓRIOS’
Traça um panorama das tradicionais bandas que, espalhadas por todo o Brasil, são reconhecidas como importantes instituições formadoras de músicos, responsáveis pela base da educação musical de um grande número de instrumentistas que hoje integram orquestras e conjuntos de câmara. São identificadas como parte da história de uma infinidade de cidades brasileiras, ocupando lugar de destaque na memória das pessoas. Têm origem no meio militar, de onde assimilaram características marcantes, como o uso de uniforme, o repertório de marchas e a instrumentação, e são responsáveis pela criação de um gênero musical tipicamente brasileiro: o dobrado.
SAIBA MAIS SOBRE OS GRUPOS
Quinteto de Metais da UFBA
Os conjuntos de câmara têm origem no século 16, época em que se tornou uma prática a apresentação de pequenos grupos musicais nos castelos medievais europeus, em situações sociais envolvendo a nobreza. Ao longo da história, o quarteto de cordas, em sua formação clássica, com dois violinos, viola e violoncelo, se consagrou nesse âmbito, motivando compositores de todos os períodos históricos, estimulando a produção de vasto repertório. O quinteto de metais tradicional é um conjunto de câmara formado por dois trompetes, uma trompa, um trombone e uma tuba, instrumentos que integram o naipe de metais das orquestras sinfônicas.
Samba de Pareia da Mussuca
O povoado de Mussuca fica no município de Laranjeiras, a 23 km de Aracaju (SE). É uma comunidade de remanescentes quilombolas que se empenha para manter as tradições herdadas de seus antepassados, como a dança de São Gonçalo e o samba de pareia. A pesca e a cata de crustáceos, como o caranguejo e o sururu, são atividades econômicas tradicionais que envolvem muitas famílias e se desdobram em uma culinária atraente que contribui para o desenvolvimento da economia local.
De acordo com a gerente de Cultura do Sesc em Minas Gerais, Eliane Parreiras, a cada ano o Sonora Brasil se qualifica como um dos mais importantes projetos de difusão da música brasileira. “O lançamento da 20ª edição em Belo Horizonte é um reconhecimento ao trabalho que a instituição desenvolve no estado, reforçando a qualidade e a vocação cultural de Minas Gerais na área musical. Além do lançamento, será realizado na capital mineira o Encontro Nacional de Música do Sesc, com a presença de mais de 40 profissionais da instituição de todos os estados do país”, destacou Eliane.
ATUAÇÃO DO SESC NA ÁREA CULTURAL
A cultura é compreendida pelo Sesc em Minas como forma de expansão de conhecimentos e de práticas simbólicas, de inclusão e integração social, de exercício de cidadania e de geração de renda e atividades econômicas. O Sesc acredita que a cultura deve ser integrada aos esforços de promoção do bem-estar e da qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, de seus familiares e das comunidades onde atua.
A instituição tem o compromisso de ser um agente de transformação social por meio de suas ações, visando o fomento, a formação, a fruição e o acesso à cultura, estimulando o encontro entre as pessoas e atitudes criativas.
O Sesc em Minas desenvolve um grande programa na área, buscando a democratização, a diversidade cultural e a formação artística. Entre os principais projetos tradicionais e gratuitos, é possível destacar o Minas ao Luar, que segue itinerância durante o ano, além de outras iniciativas, como o Cine Sesc, as Rodas de Conversa, as Mostras de Artes Visuais, o Palco Giratório, o Projeto Parede, entre muitos outros. Dessa forma, a instituição democratiza o acesso, diversifica, descentraliza e fomenta as diferentes linguagens artísticas em todo o estado.
Localizado no Centro de Belo Horizonte o Sesc Palladium constitui-se como um dos principais centros culturais da capital mineira. Uma conquista importante para o público, que passou a contar com um espaço qualificado para apresentações de espetáculos, mostras, festivais, exposições, seminários e outras produções culturais, das mais complexas às mais simples, priorizando a excelência e maior acessibilidade. Desde sua inauguração já recebeu mais de 3 milhões de visitantes.
Já o Sesc Cenário, inaugurado recentemente, reúne as atividades do Núcleo de Formação em Dança, a Cia. Sesc de Dança e o acervo da Memória Institucional. A unidade fica próximo ao Sesc Saúde São Francisco, na rua Viana do Castelo, 679, no bairro São Francisco, em Belo Horizonte.
Dois dos mais destacados projetos de formação musical em Minas Gerais, a Orquestra de Câmara Sesc e o Coral Jovem Sesc, também retratam a importância da cultura para a instituição. Com um núcleo em Belo Horizonte e outro em Teófilo Otoni, essas iniciativas vêm ganhando cada vez mais notoriedade em Minas e no Brasil. Ao todo, 220 estudantes matriculados na rede regular de ensino, recebem, gratuitamente, aulas de instrumentos (violino, viola, violoncelo e contrabaixo), canto coral, percepção musical e prática em conjunto.