Moradores da Regional Oeste que procuraram a tenda montada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), na Praça Leonardo Gutierrez, no Bairro Gutierrez, neste domingo, para se vacinar contra meningite, gripe e COVID-19 reclamam de desorganização, longa fila de espera e falta de imunizantes e seringas.
O professor Cristiano Souza Jardim, de 47 anos, foi com a esposa e os dois filhos ao local. Moradores do Bairro Nova Granada, eles contam que chegaram à praça às 10h20 e já tinha uma longa fila. Jardim iria se vacinar contra meningite, a esposa e o filho contra as três doenças e a filha mais nova contra gripe e COVID.
Ele diz que, em um primeiro momento, não havia uma fila para pessoas com prioridade, todos ficavam em uma fila única para fazer o cadastramento. “Eles perceberam isso e fizeram duas filas simultâneas para cadastro e uma fila única para vacinação.”
Segundo o professor, havia cerca de 300 pessoas aguardando para serem atendidas quando a família chegou. Em um determinado momento, ele conta que o atendimento foi paralisado. “Achamos estranho e recebemos a informação de que tinha acabado o estoque de vacina. Alguém da logística iria buscar mais doses”, explica.
Neste momento, a família já estava a mais de uma hora na fila. “Não demorou muito e o atendimento foi retomado, mas logo parou de novo. Todo mundo achou estranho, uma senhora que estava na nossa frente foi consultar e ficamos sabendo que as vacinas chegaram, só que as seringas acabaram.”
Desistência e mais espera
O professor diz que diante da segunda interrupção muitas pessoas que estavam na fila desistiram e foram embora. “Como já estávamos lá a mais tempo e a fila já tinha andado bastante, decidimos continuar esperando. Tinha cerca de 60 pessoas na nossa frente ainda. Mas achamos que não fazia sentido ir embora”, ressalta. Ao todo, a família esperou mais de duas horas e meia para receber os imunizantes.
De acordo com ele, depois que a família saiu ainda havia uma fila imensa no local. “Na hora que saí, ela estava exatamente do mesmo tamanho de quando eu cheguei.”
O professor conta que eles chegaram a perguntar qual a possível explicação para a situação. “Eles não falam em baixa expectativa de procura. Disseram que a logística é essa: à medida que surge a demanda, eles suprem. Mas não faz muito sentido. O pior é ainda faltar vacina e seringas”, reclama.
Apesar do transtorno, ele afirma que a iniciativa da PBH é excelente. “Eles conseguem atender um grupo de pessoas que não podem ir aos postos de saúde durante a semana. É o caso da minha esposa, que trabalha em Pedro Leopoldo. A iniciativa é ótima, a logística é que foi aquém”, observa.
O que diz a PBH
A Prefeitura de Belo Horizonte informou, em nota, que “devido à grande procura, houve uma falta momentânea de seringa no ponto da Praça Leonardo Gutierrez. A vacinação já foi retomada. A Prefeitura reforça que não há falta de doses de nenhum dos imunizantes e que as orientações a respeito das prioridades foram repassadas às equipes.
É importante informar que a vacinação continua normalmente ao longo da semana nos 152 centros de saúde. Contra a gripe ainda há quatro postos extras, além de outras 35 farmácias das redes Drogarias Pacheco, Drogaria Araujo, Droga Clara e Drogarias Extra Popular, parceiras da PBH.”
Confira os locais das tendas de vacinação:
- Barreiro: Praça do Maldonado – Bairro Diamante
- Centro-Sul: Parque JK – Bairro Sion / Vila Acaba Mundo
- Rua Sapucaí – Bairro Floresta
- Leste: Praça Che Guevara – Bairro Taquaril
- Nordeste: Praça Bolívia Viana – Bairro São Paulo
- Noroeste: Praça da Comunidade – Bairro Dom Cabral
- Norte: Praça Aldeyda F. Duarte (Praça Santo Antônio) – Bairro Primeiro de Maio
- Oeste: Praça Leonardo Gutierrez – Bairro Gutierrez
- Pampulha: Praça do Confisco – Bairro Confisco
- Venda Nova: Praça João Viana – Bairro Sinimbu