Até o dia 31 de maio, a Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, recebe a Big Heart Parade, uma intervenção urbana que tem como objetivo alertar a população para o risco de destruição da Mata Atlântica, um dos biomas mais importantes do planeta.
A iniciativa é da empresa Toptrends, especializada em marketing cultural, e possui curadoria de Thiago Cóstackz, artista plástico multimídia e documentarista. São 31 esculturas, cada uma baseada em espécies típicas da Mata Atlântica ameaçadas de extinção, criadas por artistas engajados com a causa ambiental. A renomada artista plástica Yara Tupynambá, única artista mineira especialmente convidada para a edição da mostra na capital mineira, também participa da intervenção.
Além da artista mineira, o projeto conta com a contribuição de outros nomes de destaque da arte nacional, como Auá Mendes, Bianca Foratori, Eva Uviedo, Fétosz, Francine de Miranda e o Coletivo Indígenas do Vale.
Importância para Minas Gerais
A amostra, que também ocorreu na cidade de São Paulo em 2022, assume uma função ainda mais especial em Minas. Isso porque, de acordo com o último boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, o estado de Minas Gerais foi responsável pelo maior desmatamento do bioma em 2022.
“Reduzimos a Mata Atlântica a cerca de 9% do que um dia foi essa enorme floresta. Grande parte das perdas recentes ocorreu no estado de Minas Gerais. Todo trabalho de educação ambiental é bem-vindo, sobretudo nesse momento de crise climática global, por isso será valioso a mostra acontecer em Belo Horizonte, uma das grandes capitais brasileiras cercada pela Mata Atlântica, o bioma onde vive a maior parte da população brasileira”, afirma Thiago Cóstackz.
Segundo Catherine Duvignau, CEO da Toptrends, a arte assume um papel importante para a conscientização para preservação da Mata Atlântica. “A arte é capaz de informar, conscientizar e provocar de uma maneira muito gostosa. Com os corações, a gente planeja mostrar para população o que está acontecendo, por isso, cada obra possui uma placa com informações colocadas de uma maneira muito didática.”
Uma boa notícia é que a recepção da Big Hearts Parade em Belo Horizonte já está sendo muito boa, de acordo com o curador Thiago Cóstackz. “A recepção tem sido fantástica, e está sendo muito legal de se ver. As pessoas em BH realmente apreciam as obras e está sendo muito interessante de ver, estamos muito felizes.”, afirma.
Para dar continuidade à obra
No dia 29 de maio, às 19h, será realizado um leilão beneficente online das 31 obras expostas. Os lucros serão revertidos para o Povo Potiguara Ibirapi do Vale do Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte, que sofre com a falta de incentivos financeiros para o reflorestamento das matas do território. Além disso, o leilão também acontece em prol do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas que é dedicado à conservação da biodiversidade, em bases científicas.
O projeto S.O.S Terra também recebeu doações de mudas de espécies da Mata Atlântica para realização de ações de reflorestamento junto às escolas públicas, em regiões periféricas da cidade de São Paulo.
Para Catherine Duvignau, esse objetivo final é muito importante. “Estamos destacando o leilão porque ele garante o legado da obra. Dá continuidade ao que a gente começou com a exposição dos corações apoiando a causa da Mata Atlântica.”
*Estagiária com supervisão do subeditor Diogo Finelli