O bispo da Igreja Católica em Formosa, interior de Goiás, José Ronaldo Ribeiro, foi solto na noite de terça-feira (17), após conseguir habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). Ele e outras pessoas presas na operação Caifás deixaram a prisão sorrindo – eles foram recebidos por amigos e fiéis.
Mineiro de Uberaba, na região do Triângulo Mineiro, Ribeiro estava preso desde 19 de março deste ano, acusado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) de chefiar uma quadrilha que teria desviado pelo menos R$ 2 milhões de dízimos da Igreja.
Ele não deu entrevista aos jornalistas que o aguardavam na saída da cadeia de Formosa. Disse apenas que vai falar no momento oportuno.
O dinheiro desviado, segundo o MP-GO, teria sido usado na compra até de uma lotérica. Foram soltos também Valterson José de Melo, Moacir Santana, Antonio Ferreira, Paulo Henrique Costa, Epitácio Cardoso, Mario Vieira de Brito e Tiago Venceslau. Este, solto nesta quarta-feira (18). Eles não podem deixar o país, terão os passaportes apreendidos e não podem sair durante a noite.
No dia da prisão, na casa dos suspeitos foram encontrados objetos de luxo, como relógios e computadores, e grande quantia em dinheiro, parte em um fundo falso de um armário.
As denúncias contra o bispo José Ronaldo Ribeiro começaram ainda em Minas Gerais. Ele assumou a Diocese de Janaúba, no Norte de Minas. em junho de 2007. Até ser designado pelo Vaticano para a Diocese de Formosa, em novembro de 2014, ele também foi alvo de acusações por falta de transparência e furtos em sua gestão, como relatam jornais locais do Norte de Minas.
Em entrevista ao Jornal “Serra Geral”, na época, José Ronaldo Ribeiro disse que tinha a consciência tranquila e afirmou que estaria sendo alvo de pessoas que agiam para desestabilizar a sua gestão. O Ministério Público de Goiás informou que, se encontrar prova de algum delito praticado em Minas, o caso será repassado para as autoridades mineiras.