Já é quarta-feira de cinzas, mas o Carnaval ainda não chegou ao fim em Belo Horizonte. Ao som de “hoje comigo ninguém pode”, centenas de pessoas se reúnem na oitava edição do bloco Manjericão desde às 4h20 para se despedir da folia na capital. A concentração começou na avenida José Cândido da Silveira, no Cidade Nova, região Nordeste da cidade, e o desfile segue pela Cristiano Machado, no sentido centro.
Com folhas de manjericão penduradas nas orelhas, o arquiteto Cláudio Dantas, 35, afirma que o bloco vem trazer a reflexão do uso de ervas naturais sem tabus. “O manjericão veio dos primórdios do país. Hoje, muita gente precisa ir a mercados para comprar aquilo que deveria estar nos nossos jardins. Para fazer um molho pesto precisa pagar. Não faz sentido algum. O que é natural é nosso e deve ser utilizado, sim”, afirmou.
Já a cineasta Juliana Medeiros, 32, veio passar o carnaval em Belo Horizonte pela primeira vez e afirma ter se entusiasmado com o fato de ter mais festa mesmo depois do encerramento oficial da folia. “Eu não conhecia nada com uma proposta como essa. É incrível porque é totalmente diferente dos grandes blocos. É uma vibe mais tranquila que parece preparar o corpo para o descanso”, afirmou.
Embora siga em direção ao centro, o bloco, até o momento, utiliza o canteiro central da avenida José Cândido da Silveira para desfilar. Nenhuma das pistas está fechada para carros.