Na contagem dos militares, hoje (05/04) é o 5º dia da Operação Moçambique e os relatos das ações humanitárias e de reconstrução de Beira são surpreendentes, considerando a magnitude de destruição do ciclone e a limitação de recursos do povo moçambicano.
De acordo com o Cap Kléber Castro, uma barra de proteína e água pura são um alento para os afetados pelo desastre. Além disso, na chamada fase de impacto secundário, a construção de barracas e a orientação de como utilizá-las, considerando cuidados como espaçamento entre elas, uso correto do fogo, instalação de latrinas são de extrema importância para essas pessoas que se encontram desamparadas.
Na última quarta-feira (03/04), o Cap Leonard Farah se deslocou com alguns militares para realizar a desobstrução de vias. É uma função extremamente importante, pois o helicóptero consegue transportar pouca carga por viagem. Basicamente, a aeronave auxilia no envio de comida e remédios, mas o transporte de carga pesada só pode ser realizado pelas rodovias.
Tarefas simples que executamos aqui com facilidade são grandes desafios para quem tem muito pouco, como descreve o Capitão Kleber nas atividades de corte de árvore e liberação de via: “na área afetada não há motosserra, não há talha. Não há conhecimento técnico para cortar árvore de maneira rápida. Os moradores da comunidade estão cortando árvores com pedra lascada. O machado não possui cunha, e eles o seguram a com a mão. Perguntamos a eles se teriam algum tipo de madeira para fazer um machado tradicional, mas ficaram com medo do mesmo se desprender e acabar ferindo alguém. A utilização de motosserra de maneira veloz e hábil surpreendeu crianças e adultos que não conheciam o equipamento.” comentou o militar.
A abertura de vias possibilita que pessoas doentes saiam dos municípios devastados para se dirigirem às cidades polo, como é o caso de Beira, para que tenham um atendimento médico adequado. Segundo relatos dos militares, uma mulher grávida, em sua rota para Beira, foi obrigada atravessar um rio caminhando e, ainda, dependeu do apoio de outras pessoas que a ajudaram a atravessar a sua motocicleta sobre o rio, elevando-a sobre a superfície d’água. Essa situação acontece pelo fato de não existirem mais pontes que permitam um fluxo normal.
Assista:
Ontem (04/04), o Major Cosendey e o Capitão Kleber fizeram um voo de reconhecimento em Nhamatanda. Nesse voo foram avaliadas possibilidades de construção de pontes provisórias para permitir a passagem de veículos leves como motos, carros pequenos e viaturas com tração nas quatro rodas com mantimentos. Esse reconhecimento por meio de helicóptero com os prefeitos das cidades afetadas permitirá avaliar quais são as pontes provisórios mais importantes a serem estruturadas, num primeiro momento.
No dia de hoje (05/04), a previsão das atividades é a montagem de mais tendas, além da desobstrução de vias e transporte de mantimentos. São tarefas cruciais na promoção das ações de Defesa Civil, em cumprimento à lei nacional 12.608/12, reforçando o compromisso do CBMMG em diminuir o sofrimento das pessoas.