A madrugada desta terça-feira (5) foi de muito trabalho para militares do Corpo de Bombeiros na região da Zona da Mata. A corporação salvou 15 pessoas que estavam ilhadas em dois distritos que ficam às margens do rio Casca, que transbordou na segunda-feira (4), sendo eles Águas Férreas, que pertence à São Pedro dos Ferros, e Vista Alegre, distrito de Rio Casca.
A corporação chegou ao local por volta das 2h30. As pessoas que não conseguiram deixar as casas eram idosos e outras pessoas com dificuldade de locomoção. Alguns dos militares precisaram atravessar algumas áreas a nado para conseguirem chegar até os pontos de resgate.
Ainda segundo os bombeiros, a água atingiu quase totalmente as moradias dos dois distritos, que ficam cada um de um lado do rio. Na manhã desta terça já não chovia mais na região, e o nível da água ainda estava baixando.
O vereador Danilo Caldareli (PPS), de São Pedro dos Ferros, conta que por volta de 13h o rio Casca desceu da cidade de mesmo nome com muita rapidez, pegando os moradores do distrito de surpresa. “Muita gente não conseguiu sair de casa, teve pessoas em construções de três andares e que tiveram que ficar em cima do telhado. O problema foi para chegar socorro, já que o distrito ficou isolado por conta de algumas estradas que estão fechadas. Precisamos do apoio da PM de Raul Soares, que veio com botes, para fazermos alguns resgates”, detalha o político.
Ao todo, Águas Férreas tem cerca de 1.350 pessoas, sendo que somente dois bairros que são mais altos não ficaram debaixo d’água. “Só o bairro Alto Vera Cruz e o que é conhecido como Pendurico que não foram atingidos. Escolas, posto de saúde, ficou tudo completamente destruído. Algumas casas foram levadas pela força da água, temos muita gente desabrigada. Mas em, Vista Alegre, que é do outro lado, são mais de 1.500 pessoas e as casas são mais baixas. A situação lá talvez tenha sido até mais grave”, lamenta Caldareli.
Desaparecidos
Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, existem relatos de que, em Vista Alegre, um senhor identificado apenas como Luiz, de 60 anos, foi arrastado pela correnteza enquanto ajudava no resgate dos moradores e não foi mais visto. Porém, o desaparecimento dele ainda não foi confirmado pela corporação.
“Tem a possibilidade de um outro senhor, por volta dos 70 anos, ter se afogado dentro da própria casa em Águas Férreas. Ele é cadeirante e não teria conseguido sair da casa. Hoje (terça-feira) a água abaixou muito e o pessoal vai descer para lá. Talvez dê para confirmar isso. As pessoas perderam quase tudo que tinham e, dentro do possível, agora é colaborar com doações. Estamos sem luz, sem telefone e sem água, pois a central de abastecimento foi totalmente alagada”, completa o vereador.
Os bombeiros contam ainda que a principal demanda de doações no momento é por água potável, já que cerca de 1.000 pessoas estão na parte alta dos distritos.