O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) vai retomar nesta quarta-feira (11) as buscas pelas 11 vítimas restantes da tragédia do rompimento da barragem B1, na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região Metropolitana de Belo Horizonte.
Os trabalhos foram interrompidos no dia 17 de março, após o governo do Estado entrar na Onda Roxa do Minas Consciente, fase mais restritiva do programa que impõe medidas de prevenção ao coronavírus. Com a progressão à Onda Vermelha, a operação será retomada seguindo todas as medidas sanitárias em vigor.
Segundo o CBMMG, até então, 3.913 bombeiros mineiros já atuaram nas buscas em Brumadinho, em revezamento, nas atividade de campo, coordenação e nas atividades de saúde. “Com a retomada, a operação seguirá para a fase de implementação da estratégia 8, que consiste na utilização de 4 estações de busca a serem instaladas na área denominada TCF, onde funcionava anteriormente o Terminal de Carga Ferroviária da mineradora”, informou a corporação em nota.
Vale promete melhora
De acordo com a mineradora Vale, responsável pelo local, a empresa adaptou os procedimentos dos militares para cumprir os protocolos de saúde recomendados e seguiu com atividades preparatórias para o retorno dos bombeiros acontecer de forma eficiente e segura.
“Os acessos às áreas de busca receberam melhorias e novas vias foram abertas, ampliando a capacidade para acessar toda a área que recebeu os rejeitos. Essas vias também são fundamentais para a segurança dos Bombeiros e dos envolvidos durante a operação”, disse.
Além disso, as condições de manejo dos rejeitos melhoraram com obras de drenagem das áreas impactadas. Para isso, foram construídos canais de desvio de águas superficiais que evitam o umedecimento do rejeito, além das medidas fitossanitárias adotadas.
“Todas essas ações foram previamente alinhadas com o Corpo de Bombeiros e têm o objetivo de melhorar as condições de buscas para a Corporação”, afirmou o gerente de Implantação de Obras da Vale, Eduardo Neves.
A Vale também explicou que está prestando apoio logístico aos bombeiros, que se deslocam de diferentes cidades do Estado. “Além dessa assistência, a empresa viabilizou os testes PCR necessários e fornecerá um kit diário para cada oficial, com máscaras N95, PFF2 ou equivalente”, informou.
Por mim, a minerador disse que, em conjunto com o CBMMG, vem ampliando continuamente, por meio de sondagens e investigações geotécnicas, o conhecimento sobre todo o material que está na região entre a B1 e a confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba.
“Somente neste trecho, os estudos mostram que cerca de 8 milhões de m³ foram depositados. Deste total, mais de 40% já foram manejados e, após inspeção dos Bombeiros, foram dispostos em áreas seguras autorizadas pelos órgãos competentes dentro da mina para posterior disposição definitiva na cava”, concluiu a mineradora.
Tragédia
A barragem B1 da Mina do Córrego do Feijão se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019, matando 270 pessoas. Até o momento, 259 vítimas já foram encontradas, ou seja, a localização de 11 “joias” ainda é o objetivo do trabalho incansável dos bombeiros.