Com 64 anos de coberturas de futebol e nove Copas do Mundo no currículo, o narrador esportivo Silvio Luiz é taxativo ao afirmar que o Brasil não tem mais a hegemonia do mundo da bola. “Nós, no futebol, não somos mais aquilo que nós éramos, os deuses soberanos. O futebol de hoje está muito nivelado”, avalia.
Em entrevista ao programa Conversa com Roseann Kennedy, Silvio ressalta, porém, que é otimista em relação ao desempenho da seleção canarinho. “Digamos assim, 80%. Tudo depende do andar da carruagem. Gente, a gente tem, mas os outros também têm. A França tem, a Alemanha principalmente tem, a Espanha tem, a Inglaterra, apesar desses problemas políticos, tem”, pontua.
Para Silvio, é importante entrar na torcida. “Torcer, porque o futebol indo bem, a minha profissão vai bem, o país vai bem.”
Com experiência que vai além da cobertura jornalística, Silvio, que já atuou como bandeirinha e árbitro de futebol, apresenta uma lista de elogios ao comando da Seleção. “Há muito tempo, a gente não tinha um técnico como o Tite. Consciente, estudioso, trabalhador, compreensivo, educado”, diz o narrador, apostando que o técnico reuniu um grupo a sua maneira e não por pressões externas.
A opinião em relação às celebridades do futebol é bem diferente. “É muita frescura hoje. Jogador, hoje, só te procura quando tem interesse dele ou do empresário. Afora isso, se você quiser uma entrevista com um jogador, você tem que ligar para o assessor de imprensa, que por sua vez vai ligar para o empresário, que por sua vez vai consultar a secretária, para ver se a agenda está disponível”, reclama.
No passado, segundo ele, era bem diferente, lembrando que já entrevistou e viajou de avião junto com Pelé. “Agora eu estou preocupado com esses caras? Eu não quero nem saber. Quando o contrato dele está para terminar, ou quando ele faz uma besteira, querendo desmentir uma imagem, aí ele procura você. É assim que funciona”, enfatiza.
O jeito de falar sem meias palavras é uma das principais marcas de Silvio Luiz que criou bordões como o famoso “Olho no lance!”.
Na forma irreverente de narrar futebol, Silvio se recusa a gritar gol. “Se a bola entra e a torcida grita gol, por que eu tenho que gritar gol? A minha função é dizer de quem foi. Não há necessidade de você gritar gol como um desesperado.”
Atualmente, ele está no ar no programa Bola Dividida, da RedeTV!, e na Rádio Transamérica. Sempre antenado com as novas tecnologias e super atuante nas redes sociais, o narrador expande seu campo de trabalho e sua legião de fãs.
Agência Brasil