” Nós viemos a viagem inteira acorrentados”, disse Roberto da Silva, 31, morador do interior de Minas, ao desembarcar no aeroporto de Confins, em BH, na tarde desta sexta-feira (21). Ele fazia parte do voo fornecido pelo governo americano, que deportou 30 brasileiros que tentavam entrar ilegalmente – sem passaporte e visto, nos Estados Unidos (EUA).
Como Roberto, a maioria dos deportados foram detidos na fronteira entre México e Estados Unidos. ” Fui pego tentando cruzar a fronteira.Fique 75 dias detido, num local que comia e bebia, mas não era bem tratado.Tentei entrar nos Estados Unidos para buscar uma vida melhor, mas infelizmente, não foi possível, agora é levantar a cabeça e tentar recomeçar aqui mesmo”, narrou Roberto Silva.
Adailsa dos Santos de Souza, 24, de Rondônia, também tentou entrar em território americano para ganhar dinheiro e construir um futuro melhor.No entanto, foi surpreendida pela realidade da polícia de imigração. ” Fiquei 25 dias detida, não éramos assistidos com quase nada. Fui cruelmente maltratada e não entendia o porquê, só queria trabalho”, desabafou a mulher que vai voltar para Rondônia, o estado natal dela, para recomeçar.
Este é o primeiro grupo de imigrantes que é deportado pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A política anti-imigração adotada pelo presidente, vai de encontro com o que foi apresentada na campanha presidencial dele. Biden prometia oferecer melhor tratamento para as pessoas que tentassem entrar nos EUA sem documento.
Espera
Dayana de Oliveira, 27, esperava ansiosa no desembarque Internacional do aeroporto de Confins, para saber se o irmão, preso na fronteira do México, desde o dia 10 de março, voltaria para o Brasil no voo. “Meu irmão foi tentar a sorte. Fiquei sabendo lendo as notícias que esse voo chegaria hoje.Nós nos falamos pouco, não é sempre que ele pode ligar. Então vim ver se o meu irmão viria nesse voo. Infelizmente ele não veio. Agora é esperar quando o próximo grupo de deportados será enviado para BH”, disse.