Na última segunda-feira (15.Jul.24), o Legislativo capinopolense foi palco de mais um episódio que macula sua imagem. A sessão foi composta por agressões, acusações e teve de contar com a presença da Polícia Militar (PM). O incidente, que envolveu um parlamentar, sua esposa e uma militante política das redes sociais, foi registrado antes do início da sessão ordinária.
As informações contidas nesta matéria são guiadas pelos depoimentos dos envolvidos no registro da ocorrência, lavrada pela Polícia Militar, e pelos depoimentos cedidos ao jornal Tudo Em Dia.
Ângela Patrícia dos Santos, 41 anos, uma vendedora conhecida como Patrícia Paty nas redes sociais, compareceu à sessão para protestar, alegando ter sido vítima de insultos por parte do vereador Manoel Porfírio Neto (PT/MG), 33 anos, conhecido apenas como Neto. As alegadas agressões verbais e sexistas foram feitas pelo vereador na sessão do dia 08 de julho.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, enquanto aguardava o início da sessão da última segunda (15), Patrícia foi agredida física e verbalmente pela esposa do vereador, identificada como Nara Lídia.
Antes de ser agredida, Patrícia Paty e algumas amigas levaram cartazes que rebatiam as falas do vereador — Os prints estão abaixo.
Segundo a ocorrência da Polícia Militar, a agressão resultou em lesões constatadas por laudo médico (veja).
Alegações
Um amigo de Patrícia também relatou ter sido alvo de agressão, mencionando que teve sua camisa rasgada pelo vereador Neto, que ainda o ameaçou fisicamente.
A esposa do vereador alegou à Polícia Militar que as ações foram uma reação aos comentários feitos por Patrícia sobre sua vida pessoal e familiar.
O vereador justificou que apenas tentava proteger sua esposa de uma possível agressão.
Após o incidente, a polícia orientou as partes envolvidas a assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberadas.
Versões oficiais
O Tudo Em Dia entrou em contato com o vereador. Segundo Manoel Neto, ele vem sendo alvo de perseguição há vários meses. “Essa perseguição vem se arrastando desde o início da CPI do Pix. Desde quando foi instaurada a CPI ela [Patrícia] vem causando confusão. Vai na câmara para me implicar, e eu sou nervoso”.
Questionado se ofendeu a vítima com palavras, o vereador confirmou que sim. “Xinguei porque eu fiquei nervoso. Mas eu não sou machista, não sou homofóbico. A gente, que está na política, sabe se defender, mas é muito ruim quando a gente vê a mãe chorando, a mulher reclamando dos comentários”.
O parlamentar faz oposição ao governo municipal, e faz duras críticas.
O Tudo Em Dia também ouviu Patrícia. “Tô chocada, muito triste, e sem saber o que faço diante as agressões físicas e as ofensas, que desde semana passada, estão sendo praticadas contra mim pelo vereador Neto do PT. Difícil passar por tudo isso, vindo de um vereador”.
Questionada se faz perseguição ao vereador Neto por ele ser oposição ao atual governo, e o persegue devido à CPI do PIX, Patrícia Paty negou o fato, e disse que sempre acompanhou a política local, e que cobra todos os vereadores da Câmara Municipal de Capinópolis. Patrícia argumentou ainda que foi a primeira a fazer lives das reuniões ordinárias, quando ainda não havia sistema de transmissão no Legislativo.
A primeira audiência do caso será no dia 30 de julho.