Busca incansável por mais publicidade faz Facebook penalizar veículos de imprensa

Central de Jornalismo

Por Paulo Braga / Tudo Em Dia

A busca incansável do Facebook para superar o Google como empresa de mídia que mais recebe publicidade no mundo, penaliza cada vez mais os veículos de imprensa mundo a fora.

O último teste da rede social de Mark Zuckerberg provou reações nada amistosas em editores de notícias de seis países. Guatemala, Bolívia, Eslováquia, Sérvia, Sri Lanka e Camboja foram os primeiros país a receber os testes que priorizam o feed de amigos, familiares e conteúdo pago, é claro.

Segundo a publicação internacional “mashable”, as redações destes veículos de imprensa perceberam queda drástica na audiência a partir do dia 19.

No sábado (21), o jornalista Filip Struhárik, do eslovaco “Denník N”, publicou um texto de alerta, em inglês, que repercutiu a ponto de forçar uma série de respostas de Adam Mosseri, o diretor mundial do feed de notícias. No texto do jornalista, ele afirma que houve “maior queda em alcance orgânico no Facebook” já registrada.

Ainda segundo a publicação, os sessenta maiores veículos digitais teriam contabilizado uma queda de mais de 50% nas interação como compartilhamento, curtidas e comentários. As interações, que atingiam a média diária de 2.000 até o dia 18, caíram para 800 a partir do dia 19.

Como superar este desafio?

Caso os testes sejam implantados ao redor do mundo, muitos pequenos veículos de imprensa tendem a ter uma queda abrupta na audiência. Implantação de newsletters, notificações no navegador e aplicativo de mensagens com notificações podem ser uma alternativa para minimizar os impactos do péssimo resultado que o Facebook levará aos veículos – pagar para ter as notícias no feed de notícias ainda pode ser uma opção.

A grande verdade é que o Facebook dita as regras na rede há algum tempo a ponto de 55% dos brasileiros achar que a ‘Facebook é a Internet’, isso é o que indica a pesquisa da Quartz divulgada em 2017 como parte do relatório do ‘Internet Health Report V0.1’ da Mozilla. Nos Estados Unidos, a mesma pesquisa apontou que apenas 5% dos norte americanos acham que o  ‘Facebook é a Internet’.

Mark Zuckerberg / foto: Reprodução

Por que isso acontece? A grande inclusão digital proporcionada pelos smartphones, popularizou a Internet e  as operadoras de telecomunicações lançaram seus pacotes diários de dados para facilitar e baratear o acesso à Internet – o que vemos é uma grande quantidade de pessoas com limitações de conhecimento extremas que ganham voz no ‘face’ e regurgitam suas opiniões o tempo todo.

O Internet Health Report v0.1 tem o objetivo de explicar o que está acontecendo com a internet atualmente e delinear medidas para que ela se desenvolva de maneira mais livre, aberta, inclusiva, segura e igualitária.

Não seria a hora de surgir uma nova e potencial rede social que desbancasse o Facebook? Esta mudança, para ser bem sincero, está demorando muito. Mas por que?

A resposta é que a empresa fica ligada nos concorrentes que surgem a cada dia e quando algum ameaça ter um crescimento exponencial, é logo adquirido – como é o caso do Instagram e do WhatsApp.

O WhatsApp – que também pertence ao Facebook – também está se destacando como uma forma de difusão de notícias, de acordo com a pesquisa.

Mosseri, do Facebook, respondeu a Struhárik via Twitter, dizendo que “não é um teste global e não há planos para que seja”.

 

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