Por Paulo Braga / Tudo Em Dia
A busca incansável do Facebook para superar o Google como empresa de mídia que mais recebe publicidade no mundo, penaliza cada vez mais os veículos de imprensa mundo a fora.
O último teste da rede social de Mark Zuckerberg provou reações nada amistosas em editores de notícias de seis países. Guatemala, Bolívia, Eslováquia, Sérvia, Sri Lanka e Camboja foram os primeiros país a receber os testes que priorizam o feed de amigos, familiares e conteúdo pago, é claro.
Segundo a publicação internacional “mashable”, as redações destes veículos de imprensa perceberam queda drástica na audiência a partir do dia 19.
No sábado (21), o jornalista Filip Struhárik, do eslovaco “Denník N”, publicou um texto de alerta, em inglês, que repercutiu a ponto de forçar uma série de respostas de Adam Mosseri, o diretor mundial do feed de notícias. No texto do jornalista, ele afirma que houve “maior queda em alcance orgânico no Facebook” já registrada.
Como superar este desafio?
Caso os testes sejam implantados ao redor do mundo, muitos pequenos veículos de imprensa tendem a ter uma queda abrupta na audiência. Implantação de newsletters, notificações no navegador e aplicativo de mensagens com notificações podem ser uma alternativa para minimizar os impactos do péssimo resultado que o Facebook levará aos veículos – pagar para ter as notícias no feed de notícias ainda pode ser uma opção.
A grande verdade é que o Facebook dita as regras na rede há algum tempo a ponto de 55% dos brasileiros achar que a ‘Facebook é a Internet’, isso é o que indica a pesquisa da Quartz divulgada em 2017 como parte do relatório do ‘Internet Health Report V0.1’ da Mozilla. Nos Estados Unidos, a mesma pesquisa apontou que apenas 5% dos norte americanos acham que o ‘Facebook é a Internet’.
Por que isso acontece? A grande inclusão digital proporcionada pelos smartphones, popularizou a Internet e as operadoras de telecomunicações lançaram seus pacotes diários de dados para facilitar e baratear o acesso à Internet – o que vemos é uma grande quantidade de pessoas com limitações de conhecimento extremas que ganham voz no ‘face’ e regurgitam suas opiniões o tempo todo.
O Internet Health Report v0.1 tem o objetivo de explicar o que está acontecendo com a internet atualmente e delinear medidas para que ela se desenvolva de maneira mais livre, aberta, inclusiva, segura e igualitária.
Não seria a hora de surgir uma nova e potencial rede social que desbancasse o Facebook? Esta mudança, para ser bem sincero, está demorando muito. Mas por que?
A resposta é que a empresa fica ligada nos concorrentes que surgem a cada dia e quando algum ameaça ter um crescimento exponencial, é logo adquirido – como é o caso do Instagram e do WhatsApp.
O WhatsApp – que também pertence ao Facebook – também está se destacando como uma forma de difusão de notícias, de acordo com a pesquisa.
Mosseri, do Facebook, respondeu a Struhárik via Twitter, dizendo que “não é um teste global e não há planos para que seja”.