A família do aposentado Divino Carlos Lucas Gomes, de 54 anos, vai mover uma ação na Justiça contra o município de Esmeraldas alegando negligência médica no atendimento prestado ao homem no Hospital Municipal 25 de Maio na quinta-feira (19).
O aposentado, que era cadeirante, morreu na unidade de saúde, na noite de quinta-feira, vítima de um edema pulmonar após ter dado entrada no hospital com um quadro de infecção urinária.
De acordo com um cunhado do cadeirante, o bombeiro hidráulico Sidnei Ribeiro Lima, de 64 anos, o homem deu entrada no hospital por volta das 13h e foi diagnosticado com infecção urinária.
A família afirma que o cadeirante ficou cerca de seis horas em um dos corredores do hospital na própria cadeira de rodas. “Ele ficou largado em um corredor do hospital. Deram apenas uma injeção e nada mais. Trataram meu cunhado como um ‘João Ninguém’. Se tivessem dado a atenção necessária, ele não tinha morrido”, diz o cunhado. Ainda segundo a família, o paciente recebeu alta às 19h de quinta-feira, quando a família alega ter pedido uma ambulância para levar Gomes de volta para casa e o pedido teria sido negado. De acordo com o cunhado do cadeirante, nesse instante ele passou mal novamente e morreu.
Para Ribeiro, Gomes morreu por negligência do hospital: “Eles deram o atendimento digno só quando ele passou mal na segunda vez”.
Gasolina
Cunhado de Divino Gomes, Sidnei Ribeiro informou à reportagem que a direção do hospital alegou que não poderia fazer o translado do cadeirante porque a ambulância da unidade não tinha gasolina.
Médico já responde a processo
A reportagem do Super Notícia apurou que o médico que prestou atendimento a Divino Gomes já responde a um processo por negligência médica que está tramitando no Tribunal de Justiça de Minas.
A ação corre na Comarca de Esmeraldas em segredo de Justiça e foi movida também contra o município, que é responsável pela administração do Hospital Municipal 25 de Maio, onde o cadeirante morreu.
A Secretaria de Saúde de Esmeraldas afirmou que não vai se pronunciar sobre o processo em tramitação na Justiça contra o médico. A pasta declarou ainda que abriu sindicância para apurar se houve negligência no atendimento.
A reportagem não conseguiu obter contato do profissional.